13 de abril de 2011 | 15h27
LONDRES - A Líbia enfrenta uma crise humanitária por causa dos intensos combates entre os rebeldes e as forças do ditador Muamar Kadafi, já que os suprimentos de comida não são reabastecidos de forma adequada, disse na quarta-feira uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse mais cedo que até 3,6 milhões de pessoas na Líbia poderão necessitar de assistência humanitária enquanto os rebeldes intensificam sua luta contra o líder líbio Muamar Kadafi.
"A Líbia enfrenta uma crise humanitária depois de um nível sem precedentes de revolta e violência," disse o Programa Alimentar Mundial (PMA) num comunicado. "O futuro do sistema público de distribuição de alimentos subsidiados na Líbia é muito preocupante para o PMA e seus parceiros de segurança alimentar."
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As agências de ajuda humanitária têm tido dificuldades para chegar até os civis nas cidades de Benghazi e Misrata, onde os moradores e os trabalhadores migrantes enfrentam escassez de alimentos básicos, falta de suprimentos médicos e fornecimento esporádico de água e eletricidade.
"De acordo com as informações disponíveis, provenientes principalmente das partes orientais do país, a comida que há no país está sendo consumida, sem o devido reabastecimento," disse o PMA. "Isso significa que provavelmente menos comida estará disponível para a população geral, assim como para os grupos vulneráveis, e o número dos que precisam de assistência alimentar pode aumentar drasticamente."
O PMA disse que a informação é de que os portos de Tobruk e de Benghazi, controlados pelos rebeldes, estão plenamente funcionais. "Há a necessidade urgente de que os navios comerciais retomem as operações a esses portos, pois isso facilitará as entregas humanitárias e as importações de itens básicos," afirmou a agência.
Uma embarcação transportando comida suficiente para 40 mil pessoas durante um mês, fretada pelo Programa, chegou a Misrata na semana passada.
"O acesso à Líbia ocidental está limitado e o PMA está preocupado com as áreas que não têm acesso à reposição dos suprimentos básicos," disse, acrescentando que tenta, em conversas com a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho Líbio, organizar entregas e fornecer assistência humanitária para essas áreas.
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