29 de abril de 2010 | 18h46
Reuters
BEIRUTE- O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, se recusou a confirmar ou negar acusações israelenses de que seu grupo obteve mísseis Scud de longo alcance da Síria, e disse que não acredita que Israel esteja buscando um pretexto para uma guerra.
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Nasrallah, em entrevista a um canal do Kwait nesta quinta-feira, 29, afirmou que as declarações eram uma tentativa de "intimidar" seu grupo libanês armado e a Síria.
"Eu não posso dizer que isso (a guerra) próxima. Eu e meus irmão no Hezbollah vemos que toda essa intimidação não se esconde atrás de si uma guerra. Ao contrário, se houvesse silêncio e quietude, aí todo mundo teria de ficar vigilante", disse.
"Mas quando você vê todo esse barulho americano e israelense, isso significa que eles querem usar esse barulho para alcançar certas vantagens políticas, psicológicas e de segurança sem tomar o passo da guerra", completou.
Israel e o Hezbollah lutaram uma guerra que durou um mês em 2006, durante a qual a guerrilha lançou vários mísseis, a maioria de curto alcance, no estado judeu de Katyusha.
Israel está preocupado que o grupo islâmico esteja repondo seu arsenal para atacar novamente se o Irã se sentir ameaçado de ser atacado por causa de seu programa nuclear.
"Hoje são Scuds, ontem outros tipos de armas... A vontade é apenas uma, e ela é intimidar o Líbano, intimidar a Síria e colocar pressão no Líbano, na Síria, no movimento de resistência e no povo libanês e sírio", disse Nasrallah.
"Independentemente se a Síria deu ao Hezbollah esse tipo de mísseis (...), claro que a Síria nega, e o Hezbollah, como sempre, não fará comentários", afirmou o líder.
Os ministros de defesa americano e israelense acusaram a Síria de ter armado o Hezbollah com mísseis cada vez mais poderosos. Israel declarou que não pretende provocar um conflito na região.
A inteligência dos Estados Unidos e alguns oficiais de defesa colocaram dúvidas sobre as alegações israelenses que os Scuds chegaram no Líbano.
Relatórios da entrega dos mísseis de longo alcance surgiram primeiramente em 10 de abril, no jornal al-Rai, do Kwait.
O presidente do Líbano, Michael Suleiman, negou que houvesse qualquer míssil Scud em seu país. "Não há provas sobre o que eles (EUA e Israel) estão falando agora. E se eles tivessem evidências atuais, eles teriam as apresentado à mídia e em telas de televisão", disse o governante em entrevista.
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