
26 de janeiro de 2008 | 18h04
O líder palestino George Habash, que encabeçou uma facção radical da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) responsável pelo seqüestro simultâneo de quatro aviões em 1970 e pelo desvio de um vôo da Air France rumo a Entebe, em Uganda, morreu neste sábado, 26. Ele tinha 81 anos e estava na Jordânia. O ex-líder guerrilheiro, um rival de Yasser Arafat, morreu de ataque cardíaco, de acordo com Leila Khaled, membro do Conselho Nacional Palestino e da Frente Popular para a Libertação da Palestina, que Habash fundou. Nascido em uma família de cristãos árabes, Habash opunha-se às conversações de paz entre árabes e israelenses. Sua facção era a segunda mais poderosa dentro da OLP, atrás do Fatah, a facção de Arafat e do atual presidente palestino, Mahmoud Abbas. Habash e seu grupo ganharam notoriedade pelo seqüestro, em 1970, de quatro aviões que sobrevoavam EUA, Europa, o Extremo Oriente e o Golfo Pérsico. Os aparelhos foram explodidos no Oriente Médio, depois de as pessoas a bordo terem desembarcado. Ele tentou avançar a causa palestina nos anos 70 por meio do terrorismo, incluindo o desvio do vôo da Air France para Entebe. O grupo também matou a tiros 27 pessoas no Aeroporto Lod de Israel em 1972. Abbas declarou luto oficial de três dias e bandeiras a meio pau em honra de Habash, a quem se referiu como "líder histórico". Um médico formado nos Estados Unidos, Habash lançou sua Frente Popular em 1967, seis meses depois de os árabes perderem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e as Colinas de Golã para Israel. Ele passou a apoiar a plataforma da OLP a partir dos anos 80, pedindo a criação de um Estado palestino e o "direito de retorno" dos palestinos refugiados.
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