O líder supremo da revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei, acusou nesta terça-feira, 19, os Estados Unidos de conspirar contra o Irã e promover o terrorismo em escala internacional. Em discurso transmitido pela televisão estatal, a máxima autoridade iraniana recorreu ao tom mais duro para responder ao presidente americano, Barack Obama, horas depois que o americano expressou seu desejo de que o processo de reconciliação com o Irã avance.
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"Afirmo, sem hesitações, que, além de nossa fronteira ocidental, os americanos estão muito ocupados tramando conspirações, promovendo o terrorismo", ressaltou Khamenei, que está em viagem oficial em uma das províncias que fazem limite com o Iraque. "Estão organizados, utilizam armas e dinheiro para lutar contra a República Islâmica a partir da fronteira ocidental. Devemos permanecer alerta", acrescentou o clérigo, em referência à presença dos Estados Unidos no Iraque.
Washington e Teerã romperam seus laços diplomáticos em abril de 1980, uma vez consolidada a vitória da Revolução Islâmica que retirou do poder o último xá da Pérsia, o pró-ocidental Mohamad Reza Pahlevi. Logo após chegar à Presidência, Obama anunciou seu desejo de iniciar um novo capítulo nas relações com o Irã, oferta que semeou desconfiança e divisão entre os setores mais conservadores do regime iraniano.
Até o momento, a resposta do Irã tinha sido firme, mas cautelosa, ao pedir que os Estados Unidos transformem as palavras em fatos e que peçam perdão pelos erros cometidos. s duras palavras de Khamenei ocorrem apenas dois dias depois de Obama afirmar que a opção militar para resolver o conflito com o Irã "não foi descartada".
A comunidade internacional, com Estados Unidos, Israel e União Europeia à frente, acusa o regime dos aiatolás de esconder, sob seu programa nuclear civil, um suposto projeto militar cujo fim seria a aquisição de armas atômicas.