
06 de julho de 2009 | 09h27
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertiu aos líderes ocidentais nesta segunda-feira, 6, que a República Islâmica reagirá "com pulso firme" ao que chamou de "interferência" nos assuntos internos iranianos. "Os líderes dos países arrogantes, os intrometidos nos assuntos da república islâmica, devem saber que não importa que o povo iraniano tenha suas próprias divergências. Quando vocês, os inimigos, se envolvem, o povo se une com pulso firme contra vocês", advertiu o aiatolá durante um discurso televisionado.
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"A nação iraniana adverte aos líderes dos países que tentam se aproveitar dessa situação: cuidado! A nação iraniana vai responder", prosseguiu ele. Os comentários do aiatolá refletem os esforços do regime de culpar as potências ocidentais, mais especificamente o Reino Unido e os Estados Unidos, de ter tentado desestabilizar o país depois das contestadas eleições presidenciais do último dia 12.
"Alguns líderes de países ocidentais como presidentes, primeiros-ministros e ministros de Relações Exteriores estão intervindo de modo aberto nos assuntos internos do Irã", acusou Khamenei. O líder supremo afirmou que Teerã prestará atenção nas declarações e comportamentos destes governos e que isso terá um impacto negativo nas relações futuras com o Irã.
O Irã reprimiu os protestos nas ruas logo após a eleição presidencial de 12 de junho e tentou conter qualquer dúvida sobre a legitimidade da vitória do presidente reeleito, Mahmoud Ahmadinejad. O líder da oposição, o reformista Mir Hussein Mousavi, acusou o governo de cometer fraude e afirmou que era o vencedor legítimo do pleito. Khamenei endossou a vitória de Ahmadinejad.
Após as eleições e as manifestações, o governo deteve centenas de ativistas, jornalistas e blogueiros. Tampem foram detidos funcionários da embaixada britânica em Teerã, ação que provocou protestos da União Europeia.
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