Líder taleban é preso no Paquistão, diz NYT; afegãos negam

Se for confirmada, será a prisão do membro mais importante dos talebans desde a invasão americana há 8 anos

PUBLICIDADE

Por Redação Internacional
Atualização:

O principal chefe militar dos talebans foi preso há poucos dias em Karachi, no sul do Paquistão, em uma operação secreta das forças de inteligência paquistanesas e americanas, informou nesta terça, 16, o jornal "The New York Times", citando fontes do Governo dos EUA.

 

PUBLICIDADE

Os talebans afegãos desmentiram hoje a informação divulgada pelo jornal americano. "As informações da detenção do mulá Bradar são falsas e infundadas. Ele não está no Paquistão, está ocupado na jihad (guerra santa) no Afeganistão", assegurou um porta-voz do movimento insurgente, Muhammad Yousuf Ahmadi, citado pela agência "AIP". Ahmadi qualificou a notícia como "propaganda dos EUA e de seus aliados para deixar os talebans preocupados. No entanto essa propaganda não terá êxito"

 

Se for confirmada, será a prisão do membro mais importante dos talebans desde a invasão americana no Afeganistão, há oito anos, e o "número 2" em influência na organização, superado apenas pelo líder talebans afegão, o mulá Omar, segundo o "New York Times". Durante o regime taleban-afegão (1996-2001), ocupou o cargo de vice-ministro da Defesa.

 

O "The New York Times" afirma que o mulá Bradar permaneceu vários dias em custódia no Paquistão, onde oficiais paquistaneses e americanos o submeteram a diversos interrogatórios, de acordo com as fontes.

 

Segundo o diário, não foi divulgado o teor das declarações de Bradar, mas as fontes indicaram que esperam poder determinar o paradeiro de outros importantes líderes talebans, incluindo o mulá Omar.

 

No Paquistão, uma fonte dos serviços secretos ISI, consultada pela agência Efe, não confirmou a notícia da detenção de Bradar. "Não há comentários sobre o artigo", disse.

 

A notícia da detenção do mulá Bradar coincide com a grande ofensiva de forças afegãs e da Otan que começou no último sábado em um feudo taleban na província de Helmand, no sul do país.

Publicidade

 

Mais de cinco mil soldados americanos, dois mil afegãos, milhares de britânicos, dinamarqueses, estonianos e canadenses participam desde sábado da Operação Moshtarak ("Juntos", na língua dari), que pretende expulsar os insurgentes de Marjah, único núcleo urbano que controlavam totalmente em Helmand.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.