JERUSALÉM- O ministro de Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse a seu colega britânico William Hague que o congelamento da moratória sobre construção de assentamentos é apenas uma "desculpa" dos palestinos para minar as negociações diretas, informa a versão online do jornal israelense Haaretz neste sábado, 18.
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"O congelamento dos assentamentos é apenas uma desculpa palestina para minar as conversações de paz, e qualquer um que busca desculpas irá encontrar outra desculpa mesmo que a moratória seja estendida", disse Lieberman a Hague, segundo o diário.
Ainda de acordo com o periódico, Lieberman afirmou a seu colega britânico que Israel provavelmente não conseguirá prolongar a moratória de dez meses sobre construção de colônias na Cisjordânia ocupada após a data limite de 26 de setembro.
"Os palestinos desperdiçaram nove meses, e mesmo no décimo mês não retomaram as conversas de boa vontade, mas sim porque foram obrigados", declarou o ministro. "O governo de Israel ofereceu vários gestos de boa vontade ao longo do ano passado, e agora é a vez dos palestinos", acrescentou.
Lieberman ainda afirmou que "Israel ficaria feliz em continuar no caminho certo das negociações diretas de paz sem precondições, incluindo o futuro do congelamento das construções".
A questão é fundamental para as negociações diretas entre os dois lados, retomadas no início do mês com a mediação de Washington. Os palestinos ameaçam se retirar das conversas caso Israel retome as construções.
O ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, marcou uma reunião nesta semana para encontrar modos de restringir as construções, mesmo sem um congelamento vigente. De acordo com uma fonte a par dos detalhes das discussões, existem medidas legais que podem ser utilizadas com esse fim por um longo período.
Outras ferramentas legais estão sendo consideradas para adiar a construção de 2.000 casas permitida antes do congelamento entrar em efeito, segundo a fonte.
Negociações
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.
A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.
Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.
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