Um tribunal britânico autorizou nesta quinta-feira, 15, a extradição para os Estados Unidos do clérigo radical islâmico Abu Hamza, requerido pelas autoridades do país por ligação com atividades terroristas, informaram fontes judiciais. O juiz do tribunal de Westminster (Londres) Timothy Workman disse que Hamza pode ser extraditado, mas a decisão final deverá ser tomada pela ministra de Interior britânica, Jacqui Smith, segundo a legislação do país. Logo após conhecer a sentença, o advogado de defesa do clérigo, Alun Jones, afirmou que solicitará à Promotoria britânica que seu cliente seja processado no Reino Unido e não nos Estados Unidos. Hamza cumpre no Reino Unido pena de sete anos de prisão por incitar o assassinato e o ódio racial, além de enfrentar 11 acusações nos Estados Unidos, incluindo uma pela suposta participação no seqüestro de 16 turistas ocidentais no Iêmen em 1998, que acabou com a morte de quatro reféns. Além disso, Washington acusa o clérigo de organizar no território americano um campo para formar combatentes para lutar na guerra do Afeganistão, em 2001. Em fevereiro do ano passado, o tribunal de Old Bailey (Londres) condenou Hamza, de 49 anos, a sete anos de prisão por incitar em seus sermões o assassinato de não muçulmanos e judeus, e por outras acusações sobre terrorismo. Caso seja extraditado aos Estados Unidos, Hamza, de origem egípcia, pode ser submetido a um julgamento no país antes de retornar ao Reino Unido para completar a condenação em território britânico. Uma vez cumprida sua pena britânica, o clérigo seria entregue às autoridades americanas para completar nos Estados Unidos a sentença que pode receber nesse país. Hamza tornou-se famoso no Reino Unido por seus sermões contra o Ocidente, feitos na mesquita de Finsbury Park (norte de Londres) até maio de 2004, quando foi detido na capital britânica.