PUBLICIDADE

Lula rejeita sanções ao Irã e pede conversa com o país islâmico

Ele disse ainda que outros países não devem se intrometer em assuntos internos do Irã, com a eleição recente

Atualização:

As forças ocidentais devem parar de condenar o Irã por causa de seu programa nuclear e, em vez disso, estabelecer conversas para promover a paz, disse neste domingo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

 Ahmadinejad e Chávez unem-se contra o 'imperialismo'

Parlamento iraniano rejeita lista com 72 mortos em distúrbios

Líder oposicionista do Irã convoca mais protestosNuma campanha diplomática crescente para ganhar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), o Brasil tem adotado uma linha muito mais conciliatória no que tange ao Irã do que os aliados do Ocidente, como os Estados Unidos. "Acho que há muitas sanções e conversas insuficientes com o Irã", afirmou Lula, durante uma entrevista a três veículos de mídia francesa: TV5 Monde, rádio RFI e o jornal Le Monde. O Ocidente suspeita que o Irã esteja tentando desenvolver bombas nucleares, embora Teerã diga que seu programa é voltado a uma geração de força pacífica. O presidente norte-americano, Barack Obama, deu ao Irã até o final de setembro para aceitar uma oferta de Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, China, França e Alemanha para discutir benefícios comerciais caso Teerã deixe de lado o enriquecimento nuclear. Do contrário, o país enfrentará restrições ainda mais severas. Lula rejeitou a ideia de novas sanções, pedindo aos líderes ocidentais que conversem com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. "Eu acho que o Obama deve conversar com ele, (o presidente francês, Nicolas) Sarkozy deve conversar com ele, (o primeiro-ministro britânico) Gordon Brown deve conversar com ele. Acho que todos devem", disse Lula. "Parem de condená-lo. As autoridades do terceiro nível da ONU tomam decisões que punem o país e tornam-no mais e mais isolado. Será cada vez mais difícil chegar a um acordo", considerou Lula, falando por meio de um intérprete francês. O presidente brasileiro deu uma entrevista justamente antes de uma visita de Sarkozy ao Brasil, que está entre os líderes que mais criticam Ahmadinejad e sua disputa a uma reeleição. Sarkozy tem dito repetidamente que os iranianos merecem um líder melhor que o atual. Lula afirmou que disputas eleitorais são comuns em todo o mundo, dando como exemplo a eleição presidencial ocorrida em 2000 nos Estados Unidos. Ele disse ainda que outros países não devem se intrometer em assuntos internos do Irã. (Reportagem de Estelle Shirbon)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.