Maioria dos israelenses considera Obama justo com Israel, aponta pesquisa

Mais de um quarto da população, porém, acredita que presidente dos EUA seja antissemita

PUBLICIDADE

Atualização:

JERUSALÉM - Mais de dois terços dos israelenses considera que o presidente dos EUA, Barack Obama, é justo com seu país, embora mais de um quarto acredite que o americano seja antissemita, segundo revela uma pesquisa publicada nesta sexta-feira, 19, no diário israelense Ha'aretz.

 

 

Segundo o levantamento 69% dos israelenses aprova a postura de Obama com Israel, mas 27% pensam que ele seja antissemita. Além disso, 56% dos consultados disseram não acreditar nos políticos que chamam Obama de antissemita, hostil a Israel ou que dizem que faz manobras para derrubar o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

 

A pesquisa foi feita na terça e na quarta-feira passadas em meio à maior crise diplomática em décadas entre Estados Unidos e Israel. De acordo com o levantamento, Netanyahu parece ter saído imune do incidente em termos de opinião pública interna. No entanto, os resultados da pesquisa mostram um país dividido sobre o preço a pagar por manter a amizade com Washington.

 

Assim, 48% dos entrevistados dizem que Israel deveria continuar construindo casas para judeus no território palestino ocupado de Jerusalém Oriental, mesmo que isso representasse um confronto com a Casa Branca, frente a 41% que defendem parar a ampliação dos assentamentos na cidade.

 

A imagem geral da pesquisa é de notável desinteresse e falta de preocupação diante da tensão entre Israel e EUA, originada pelo anúncio da construção de 1.600 casas no assentamento judaico de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental, durante a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, ao Oriente Médio na semana passada.

 

Veículos de comunicação israelenses deram a crise como resolvida após a conversa telefônica da quinta-feira entre Netanyahu e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, na qual o premiê teria respondido às exigências de Washington para salvar as negociações com os palestinos.

Publicidade

 

De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, e com o gabinete de Netanyahu, ambos conversaram sobre "ações concretas" que poderiam ser tomadas para melhorar o clima entre as duas partes.

 

Na sexta-feira passada, Hillary exigiu de Netanyahu medidas específicas que demonstrem seu compromisso com a relação entre EUA e Israel e com as negociações de paz com os palestinos, que seriam retomadas na semana passada, mas foram frustradas pelo anúncio da ampliação do assentamento.

 

O enviado da Casa Branca ao Oriente Médio, George Mitchell, selará no próximo domingo a reconciliação com Israel com uma visita à região que tinha sido inicialmente cancelada e na qual se reunirá com Netanyahu e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Além disso, Netanyahu quer oficializar as pazes com os EUA com um encontro na Casa Branca com Obama.

 

Netanyahu estará em Washington na semana que vem para participar da reunião anual do Aipac, comitê americano que faz lobby pró-Israel no Congresso dos EUA. Segundo fontes israelenses em Washington citadas pelo jornal Yedioth Ahronoth, há tentativas de organizar um encontro entre Obama e o primeiro-ministro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.