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Mais da metade dos mortos em Gaza eram civis, diz ONG

Relatório confronta dados do Exército israelense sobre baixas na ofensiva de 22 dias do início do ano

Atualização:

Um grupo defensor dos direitos humanos de Israel informou nesta quarta-feira, 9, que mais da metade dos palestinos mortos na guerra da Faixa de Gaza foram civis, um dado que contradiz as estatísticas militares israelenses, que sustentam que a maioria das vítimas eram militantes dos grupos extremistas da região.

 

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Os números da organização B'Tselem sobre a ofensiva israelense de 22 dias que terminou em janeiro estiveram muito próximos dos divulgados por grupos como a Anistia Internacional e o Centro Palestino pelos Direitos Humanos.

 

A organização afirma que 1.387 palestinos morreram nos combates, sendo 773 civis, 330 combatentes, 248 partidários do Hamas e 36 que o grupo não qualificou como combatentes ou não-combatentes. Segundo a B'Tselem, 320 menores de 18 anos se encontravam entre os civis mortos.

 

O Exército de Israel disse que 1.166 palestinos morreram durante a ofensiva, chamada de operação Chumbo fundido. Das vítimas, 709 eram combatentes, 259 eram civis e 162 pessoas não foram classificadas.

 

Em um comunicado, a B'Tselem disse que seus investigadores haviam visitado residências de Gaza para colher depoimentos e documentos sobre o número de mortos e que pediu ao governo israelense para iniciar uma investigação independente sobre a guerra. "O número extremamente grande de baixas civis e o dano massivo à propriedade civil requerem uma séria introspecção por parte da sociedade israelense", informou o comunicado.

 

A tenente-coronel Avital Leibovich, porta-voz do Exército israelense, disse em resposta aos dados apresentados pela B'Tselem que o grupo "não tinha as ferramentas nem capacidades intelectuais necessárias" para elaborar um balanço completo das mortes. "Somos uma grande organização. Temos um grande corpo de inteligência e fizemos uma investigação exaustiva e completa que mostrou que a vasta maioria dos mortos eram milicianos do Hamas", completou a oficial.

 

Apenas treze israelenses, dos quais três eram civis, morreram durante a ofensiva de Israel, que ocorreu em resposta aos ataques provenientes da fronteira da faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas. O Exército de Israel disse que durante a guerra respeitou a legislação internacional e que tentou minimizar, de todo modo possível, o número de vítimas civis.

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