Manifestantes líbios invadem assembleia em protesto a novo governo

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Por ALI SHUAIB
Atualização:

Manifestantes que acreditam que sua cidade não está bem representada no eventual novo governo líbio invadiram a assembleia nacional nesta quinta-feira, enquanto os políticos se preparavam para examinar as nomeações do primeiro-ministro eleito. O primeiro governo democrático da Líbia depois da queda de Muammar Gaddafi já se mostrou polêmico, uma vez que os nomeados por Mustafa Abushagur excluem o maior partido do Congresso, a Aliança das Forças Nacionais (AFN). Entre 100 e 150 manifestantes da cidade de Zawiyah, no oeste da Líbia, entraram no salão onde o Congresso se reúne, forçando o cancelamento da sessão que ia estudar as nomeações. "Depois que soubemos da lista, todo mundo em Zawiyah ficou furioso. Alguns até mesmo começaram a protestar na praça principal de Zawiyah na noite passada", disse Nuri Shambi, que viajou 50 quilômetros até a capital Trípoli para expressar a sua insatisfação. "Abushagur disse que formaria um governo de coalizão, que buscaria a experiência. Zawiyah propôs candidatos para o Ministério do Petróleo, mas ele colocou uma pessoa que não é bem conhecida." Os manifestantes por fim deixaram o salão, mas permaneceram do lado de fora. Uma sessão foi marcada para mais tarde na quinta-feira a fim de determinar o procedimento para a aprovação dos candidatos na assembleia, que ainda tenta se encontrar depois da primeira eleição democrática da Líbia em julho. As indicações de Abushagur incluem muitos nomes desconhecidos, incluindo o do ministro do Petróleo, Mabrouk Issa Abu Harroura. Embora Abushagur diga ser "neutro" politicamente, afirma-se que o ministério inclui diversos integrantes do braço político da Irmandade Muçulmana. Ibrahim al-Gharyani, líder do AFN no Congresso, disse que nenhum dos indicados é da aliança dele. O líder do Congresso, Omar Hmaidan, disse que vários congressistas já manifestaram insatisfação com as indicações. Abushagur pode propor alternativos até domingo, se alguma escolha for rejeitada. O líder do AFN, o primeiro-ministro rebelde nos tempos de guerra Mahmoud Jibril, perdeu uma votação no Congresso para Abushagur por uma estreita diferença para ser o próximo chefe de governo.

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