Manifestantes protestam contra visita de Ahmadinejad

No Rio, cerca de mil pessoas participaram de ato de 23 organizações da sociedade civil, 15 delas judaicas

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Por Adriana Chiarini
Atualização:

Sob o mote "Sr. presidente, explique ao convidado", cerca de mil manifestantes protestaram neste domindo, 3, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, na zona sul do Rio, contra a visita ao Brasil, na próxima quarta-feira, do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Os participantes alternaram a frase com gritos de "direitos humanos", "mulheres são livres", "homofobia é ignorância", "liberdade de religião", "terrorismo é covarde", "o holocausto existiu", e "o Estado de Israel existe". Vários usavam camisetas ou adereços com alusões às bandeiras do Brasil e de Israel.

 

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O protesto foi uma iniciativa de 23 organizações da sociedade civil, 15 delas judaicas. Também participaram associações de direitos humanos, homossexuais, ciganos, religiões afro-brasileiras e mulheres negras, entre outras.

 

No último dia 20, o líder iraniano discursou pedindo o fim do Estado de Israel em conferência da Organização das Nações Unidas contra o racismo, em Genebra. O discurso, em que o presidente também disse que o Holocausto não existiu, foi criticado em nota oficial do governo brasileiro, que, no entanto, manteve o convite a Ahmadinejad por propósitos econômicos.

 

"Quero dizer para todos os democratas que não concordamos com o que o embaixador do Irã (no Brasil, Mohsen Shaterzadeh) disse, que o nosso presidente tem afinidades com Ahmadinejad. Nosso presidente é contra o terrorismo e reconhece o Holocausto", disse um dos organizadores do evento, Jaime Gudel, que perdeu grande parte da família no Holocausto. Shaterzadeh tinha destacado em entrevista à BBC supostas "ideias semelhantes no sentido de criar uma nova ordem mundial" por parte dos dois presidentes.

 

Em São Paulo, a comunidade judaica também convocou para este domingo uma concentração para protestar contra a recepção oficial a Ahmadinejad, que põe em dúvida o Holocausto e nega o direito de Israel a existir. Os maiores protestos devem acontecer em Brasília, coincidindo com a chegada do presidente do Irã, que durante a Conferência, há cerca de um mês, sobre racismo de Genebra acusou Israel de "regime racista" e de usar o usar politicamente o Holocausto.

 

(Com Efe)

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