31 de março de 2011 | 18h38
CAIRO - Ao menos quatro membros do alto escalão do governo da Líbia teriam deixado o país e fugido para a Tunísia, informou nesta quinta-feira, 31, o canal árabe Al-Jazira, citando fontes não identificadas. A suposta defecção ocorre um dia após o chanceler líbio, Moussa Koussa, viajar para Londres e anunciar sua renúncia.
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De acordo com a Al-Jazira, os aliados do ditador Muamar Kadafi que teriam ido para a Tunísia são Mohamed Abdul Qasim al-Zwai, presidente do Congresso; Abuzeid Dorda, chefe da inteligência; e Abdelati al-Obaidi, diplomata encarregado de assuntos europeus.
O chefe da Companhia Líbia de Petróleo, Shokri Ghanem, também foi citado pelo canal, mas rejeitou a informação e disse que "ainda está no cargo". "Isso não é verdade, ainda estou no governo e vou aparecer na televisão em minutos", disse Ghanem.
O Ministério de Exteriores da Tunísia afirmou desconhecer o assunto. Já a chancelaria líbia não foi encontrada para comentar o caso. Mais cedo, Ali Abdessalam Treki, que havia sido nomeado como enviado da Líbia à ONU, afirmou que não mais aceitará o cargo. "Não devemos deixar nosso país cair em um destino desconhecido. É o direito da nossa nação viver em liberdade e democracia", disse o diplomata em comunicado publicado em sites da oposição.
O ditador Muamar Kadafi enfrente uma revolta popular desde fevereiro. Os opositores querem colocar um fim ao regime líbio, que já dura 41 anos. Durante os mais de 40 dias de rebelião, o coronel perdeu o apoio de vários diplomatas e tem travado combates por ganhos territoriais com os rebeldes, que estão protegidos por uma coalizão internacional autorizada pela ONU a agir.
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