Milhares protestam no Afeganistão; pastor repete que não queimará Alcorão

Polícia teve de intervir contra alguns protestos violentos, mas manifestação em base da Otan foi pacífica

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Por REUTERS
Atualização:

Afegãos atearam fogo a pneus nas ruas e gritaram "morte à América" pelo segundo dia neste sábado, a despeito da decisão do pastor americano de não queimar exemplares do livro sagrado do islamismo, o Alcorão.

 

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Os protestos continuaram mesmo depois de anunciada a decisão do reverendo Terry Jones, de cancelar os planos de queimar exemplares do Alcorão no nono aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, perpetrados por terroristas muçulmanos e que desencadearam a guerra no Afeganistão.

 

Jones disse pela manhã, à rede de televisão NBC, que "sentimos que Deus quer que paremos" com a queima dos livros, que ofendeu milhões de muçulmanos pelo mundo. "Não vamos mudar de ideia e fazer isso", disse Jones, repetindo que a queima está "totalmente cancelada".

 

Mas num país onde a maioria das pessoas tem acesso limitado a jornais, televisão ou a internet, muitos afegãos ainda ignoram a decisão de Jones. O Taleban vem distribuindo panfletos sobre os planos de Jones, e usando a ameaça como evidência de que a guerra dos EUA no Afeganistão é contra a religião islâmica.

Na província de Logar, perto da capital, Cabul, policiais fizeram disparos de advertência para evitar que uma multidão invadisse a residência do governador na capital provincial de Puli Alam, disseram autoridades.

 

Nabi Charkhi, um dos chefes da polícia local, estimou em 10 mil pessoas o total da multidão. Testemunhas identificaram agitadores do taleban em meio à turba. Alguns manifestantes diziam que o governo afegão deveria se unir ao taleban para expulsar os "invasores" do país, caso o livro fosse queimado.

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A província setentrional do Badaquistão, milhares de pessoas foram às ruas em três diferentes distritos, embora as manifestações tenham sido pacíficas, de acordo com o general de polícia Agha Noor Kemtuz.

 

Além disso, centenas de manifestantes foram ao ado de fora da base da Otan em Bagram, ao norte de Cabul. O protesto, pacífico, durou uma hora, disseram autoridades afegãs.

 

 

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