Militantes iraquianos tomam posto de fronteira com a Síria para criar califado

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Por BY KAMAL NAMAA
Atualização:

Combatentes sunitas tomaram um posto de controle na fronteira entre Iraque e Síria, disseram neste sábado fontes de segurança, inutilizando assim uma linha demarcatória desenhada por poderescoloniais há quase um século com o objetivo de criar um Califado Islâmico que iria do Mar Mediterrâneo até o Irã. Os militantes, liderados pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês), primeiramente chegaram à cidade de Al-Qaim na sexta-feira, pressionando as forças de segurança, disseram as fontes. Assim que os guardas fronteiriços ouviram que Al Qaim tinha caído, deixaram seus postos e os militantes chegaram, disseram as fontes. Sameer al-Shwiali, assessor de imprensa do comandante da equipe antiterrorismo do Iraque, afirmou à Reuters que o Exército ainda controla Al Qaim. Al Qaim e sua equivalente na síria, Albukamal, estão em uma estratégica rota de suprimentos. A guerra civil na Síria, que já dura três anos, deixou a maior parte do país nas mãos de militantes sunitas, incluindo a fronteira entre as duas cidades. O portão de Albukamal é controlado pelo braço oficial da Al Qaeda na Síria, a Frente Nusra, que já entrou em confronto com o ISIL mas que acertou tréguas isoladas quando ela é boa para ambos os lados. O chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, afirmou que o ISIL expulsou a Frente Nusra de muitas regiões no leste da síria nos últimos dias, e que a tomada de Al Qaim permitirá que o grupo ingresse rapidamente em território sírio. O ISIL já controla territórios ao redor do portão de Abukamal, efetivamente separando a Frente Nusra entre as suas forças na Síria e no Iraque, disse Abdulrahman. A ramificação da Al Qaeda capturou muitos territórios no noroeste e no centro do Iraque, incluindo a cidade de Mossul. Os combatentes tomaram uma grande quantidade de armamentos dos soldados iraquianos que fugiram, além de terem saqueado bancos. As potências mundiais estão sem ação diante da crise no Iraque e na Síria. O Irã, que é xiita, afirmou que não hesitará em proteger santuários xiitas se receber uma solicitação de Bagdá, mas a Arábia Saudita, que é liderada pelos sunitas, alertou para que Teerã fique longe do Iraque. O presidente norte-americano, Barack Obama, ofereceu até 300 conselheiros de suas forças especiais para ajudar o governo iraquiano a recapturar o território conquistado pelo ISIL e outros grupos armados no norte e oeste do país. Mas ele evitou garantir a realização de ataques aéreos para proteger o governo e renovou os pedidos para que o primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nuri al-Maliki, faça mais para superar divisões sectárias que aumentem o ressentimento da minoria sunita.

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