Muçulmanos protestam contra queima do Alcorão

Multidões se reúnem na Índia, no Paquistão e no Afeganistão para manifestações contra pastor Jones

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CABUL - Milhares de muçulmanos saíram às ruas do Afeganistão nesta sexta-feira, 10, em protesto contra um pastor americano que planejava queimar exemplares do Alcorão. Alguns manifestantes ameaçaram atacar bases militares dos EUA.

 

 

Uma pessoa foi morta a tiros e várias outras ficaram feridos durante um protesto em frente a um quartel alemão da Organização do Tratdo do Atlântico Norte (Otan) no nordeste do Afeganistão. A Otan informou que estava investigando as manifestações, que depois se espalharam por Cabul e pelo menos quatro outras províncias afegãs.

 

Uma fonte do governo afegão estimou que 10 mil pessoas tenham saído das mesquitas e tomado as ruas de Faizabad (nordeste afegão) depois das preces especiais do Eid al Fitr, que marca o fim do mês islâmico do Ramadã, dedicado ao jejum e à oração. O manifestante foi morto quando um pequeno grupo atacou a pedradas um quartel alemão na cidade, segundo um porta-voz do governo provincial. A Otan disse estar investigando o incidente. Forças afegãs restauraram a ordem no local, e três policiais ficaram feridos por pedradas, segundo o porta-voz. Em Nangahar (leste), chefes tribais ameaçaram atacar quartéis da Otan perto da fronteira com o Paquistão se Jones insistir no seu protesto. Nas mesquitas da capital, clérigos qualificaram o plano de perigoso. "Os muçulmanos estão preparados para sacrificar seus filhos, pais e mães pelo Islã e pelo Alcorão", disse um pregador em Cabul, sob gritos de "Deus é grande."

 

 

Paquistão e Índia

 

No Paquistão, uma multidão se reuniu em Multan para protestar contra a ação planejada pelo pastor evangélico Terry Jones. Uma bandeira americana foi queimada, assim como um boneco representando o reverendo. Os manifestantes gritavam ameaças contra o Ocidente.

 

Na Índia, onde os muçulmanos não são maioria, também houve protestos. Seguidores do Islã se reuniram em uma mesquita em Kolkata contra a queima do Alcorão. Eles levavam cartazes dizendo "Cuidado, América" e "Não nos provoque, América".

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O pastor havia anunciado seus planos de queimar exemplares do livro sagrado do Islã para lembrar o nono aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Pressionado, porém, ele desistiu da ideia.

 

O caso gerou grande repercussão entre as autoridades americanas. O presidente dos EUA, Barack Obama, e os secratários de Defesa, Robert Gates, e de Estado, Hillary Clinton, mandaram recados ao reverendo pedindo que ele abandonasse a ideia.

 

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