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Na Cisjordânia, Ban Ki-moon defende criação de Estado palestino

Secretário-geral da ONU condenou novos assentamentos israelenses e lançamentos de foguetes palestinos

Atualização:

Efe

 

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JERUSALÉM- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, garantiu neste sábado, 20, que a Autoridade Palestina contava com "o firme apoio" do Quarteto para o Oriente Médio em prol da criação de "um Estado palestino viável e independente", e condenou com firmeza a colonização israelense.

 

A visita de Ban a Cisjordânia ocorre no mesmo dia em que um palestino de 16 anos, Mohamed Qadus, morreu ao ser atingido por tiros do Exército israelense perto da cidade de Naplusa.

 

Outro palestino ficou gravemente ferido quando tropas israelenses abriram fogo contra eles na localidade de Burin, na Cisjordânia, disseram fontes médicase de segurança palestinas.

 

Segundo essas fontes, os soldados israelenses entraram em Burin, ao sul de Naplusa, para impedir um conflito entre os residentes palestinos e um grupo de judeus da colônia vizinha de Bracha.

 

Um novo foguete - o terceiro neste sábado - foi disparado de Gaza ao sul de Israel sem causar vítimas nem danos, segundo o Exército.

 

Estes atos violentos ocorrem em meio a uma tensão político-religiosa após a controversa decisão de Israel, no fim de fevereiro, de inscrever lugares santos da Cisjordânia em seu patrimônio nacional.

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Um projeto de colonização judia em Jerusalém Oriental, condenado pela comunidade internacional, também causa distúrbios desde o começo de março.

 

O Quarteto para o Oriente Médio (ONU, EUA, UE e Rússia) pediu na sexta-feira o congelamento da construção dos assentamentos e reclamou uma data para chegar a um acordo de paz nos próximos dois anos.

 

Ataques com mísseis

 

Ban Ki-moon também pediu neste sábado, ante ao presidente israelense, Shimon Peres, que as milícias palestinas da Faixa de Gaza cessem "imediatamente" seus ataques com mísseis contra as cidades vizinhas em Israel.

 

Ban fez este apelo nesta sábado em entrevista coletiva depois de se reunir com Peres em sua residência de Jerusalém, no primeiro de seus dois dias de visita a Israel e aos territórios palestinos ocupados.

 

Na quinta-feira passada, um imigrante tailandês morreu atingido por um desses mísseis do tipo Qassam, fabricados a partir de canos hidráulicos e que raramente causam vítimas, mas provocam pânico na população israelense que, consequentemente, pressiona o Governo.

 

O secretário-geral da ONU, que esta manhã ressaltou na cidade cisjordaniana de Ramala a ilegalidade de todos os assentamentos judaicos em território palestino, pediu também a libertação "por motivos humanitários" do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por três milícias palestinas em junho de 2006.

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Quarteto

 

O secretário chegou a Israel nesta manhã, vindo de Moscou, onde participou de uma reunião do Quarteto de Madri (ONU, Estados Unidos, União Europeia e Rússia), que negocia a paz no Oriente Médio. Assim que desembarcou, Ban seguiu para Ramala.

 

Durante a visita, Ban pretende impulsionar a retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos. De manhã, ele esteve na Cisjordânia, onde o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, mostrou as consequências do muro israelense de separação e a expansão das colônias judaicas.

 

No domingo, o sul-coreano visitará a Faixa de Gaza, onde passará algumas horas se reunindo com representantes das várias agências da ONU e conhecendo projetos humanitários.

 

"Irei expressar minha solidariedade ao sofrimento dos palestinos que vivem" na região, explicou hoje de manhã, em Ramala.

 

O secretário-geral não terá nenhum encontro com representantes do Hamas, que controlam a faixa territorial e rejeitam os princípios do Quarteto de Madri: a renúncia à violência e o reconhecimento ao Estado de Israel e aos acordos assinados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) com as autoridades israelenses.

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