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Navio com refugiados de Misrata chega a Benghazi

Por ALEXANDER DZIADOSZ
Atualização:

Um navio de ajuda humanitária levou quase 1.200 imigrantes para a cidade de Benghazi, no leste da Líbia, na noite de sexta-feira, apenas uma parte daquelas pessoas retidas na cidade sitiada de Misrata que desesperadamente tentam escapar. Forças leais ao líder líbio, Muammar Gaddafi, cercaram o único reduto rebelde no oeste do país há seis semanas usando foguetes e outras armas pesadas. Centenas de civis podem ter morrido nos confrontos. Provavelmente há ao menos de 8 mil a 10 mil imigrantes que ainda precisam ser retirados da cidade, disse Jeremy Haslam, um coordenador da Organização Internacional para as Migrações (OIM) que estava a bordo do navio. Os bombardeios impossibilitaram a aproximação de muitas áreas de Misrata e pressionaram o navio a deixar a cidade o mais rápido possível, ele disse, o que significou fazer escolhas difíceis ao decidir quem colocar a bordo da embarcação. Algumas pessoas pareciam estar tão desesperadas para deixar a cidade que os agentes humanitários temiam provocar pânico caso tentassem tirá-los do navio, complicando ainda mais a partida, ele disse. Já em Benghazi, os imigrantes, principalmente bengaleses e egípcios, assim como alguns do Sudão, Síria, Iraque, Tunísia, Índia e outros países, fizeram fila para embarcar em ônibus, que deveriam levá-los para um campo de trânsito, para então serem liberados para irem à fronteira com o Egito. Muitos dos refugiados viviam em Misrata há anos e alguns estavam na Líbia vindos de outros países em guerra, tornando difícil a volta para casa. "Não sei para aonde vou", disse Ahmed Jawad, de 26 anos, um estudante de engenharia de Bagdá que vivia em Misrata há 8 anos. "O Iraque também está perigoso agora. Vou ficar em Benghazi por algum tempo e verei."

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