PUBLICIDADE

Negociações nucleares com o Irã avançaram e é hora de decisões difíceis, diz Kerry

Por JOHN IRISH E LESLEY WROUGHTON
Atualização:

O Secretário de Estado norte-americano John Kerry disse neste sábado que as negociações com o Irã haviam progredido genuinamente, e que a hora chegou para tomar as difíceis decisões para chegar a um acordo para conter o avanço do programa nuclear de Teerã.  O presidente iraniano Hassan Rouhani foi citado pela agência estatal de notícias IRNA dizendo que "não há nada que não possa ser resolvido" entre as partes, que buscam um entendimento até o fim de junho.  "Nesta rodada de negociações alguns pontos de vista em comum surgiram em algumas áreas onde havia diferenças de opinião. Isso pode ser o fundamento para um acordo final", disse Rouhani.  Falando após as negociações com o Irã que duraram a semana toda na cidade suíça de Lausanne, Kerry disse que se encontraria com seus colegas europeus em Londres para tentar resolver alguns dos demais pontos em discussão. Ele disse que as negociações serão retomadas na semana que vem para ver se um acordo seria possível.  "Não estamos nos apressando... mas reconhecemos que decisões fundamentais têm que ser feitas agora e elas não ficam mais fáceis com o passar do tempo", disse Kerry. "É hora de se tomar decisões difíceis".  O Ocidente suspeita que o Irã esteja buscando desenvolver a habilidade de produzir armas nucleares e as Nações Unidas já impuseram sanções econômicas ao governo de Teerã; o Irã diz que seu programa só tem fins pacíficos, como tecnologia médica e geração de energia nuclear, e quer o fim das sanções.  As conversas, convocadas para resolver a disputa que já ameaçou colocar todo o Oriente Médio em guerra, devem ser retomadas na quinta-feira. Israel, que enxerga o programa nuclear iraniano como uma ameaça, vê as negociações de maneira suspeita, temendo um acordo que permita à Teerã manter seu potencial nuclear.  "Nós ainda não chegamos no final, mas não duvidem que temos a oportunidade de tentar fazer isso da maneira correta", disse Kerry. "É uma questão de vontade política e de decisões difíceis".  Kerry afirmou que o grupo P5+1 - composto por Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China - coordenaria a chegada a um entendimento para as maiores questões. Enquanto as negociações entre Kerry e seu homólogo iraniano foram interrompidas na sexta-feira após uma semana de conversas, os dois lados pareciam emperrados em questões relativas à pesquisa atômica e a suspensão das sanções.  "Os riscos são altos e as questões complicadas, altamente técnicas, e todas inter-relacionadas", disse Kerry.  O ministro das Relações Exteriores francês Laurent Fabius disse que o país queria um acordo que fosse suficientemente robusto para garantir que Teerã não adquirisse uma bomba atômica. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.