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Negociações para trégua em Gaza se intensificam

Por NIDAL AL MUGHRABI
Atualização:

Intensificaram-se na quarta-feira as negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde passou de mil o número de mortos após 19 dias de ofensiva israelense contra o grupo islâmico Hamas. Um enviado israelense vai se reunir na quinta-feira no Cairo com mediadores egípcios, depois de uma delegação do Hamas reiterar sua exigência de que Israel retire suas tropas e suspenda o bloqueio econômico ao território litorâneo palestino. O chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, ex-representante da União Européia no Oriente Médio, disse a jornalistas na Cisjordânia: "Minha percepção é que estamos muito próximos de alcançar um cessar-fogo. Eles estão muito perto, mas ainda há algum trabalho a ser feito." No Cairo, Salah Al Bardawil, funcionário do Hamas, disse: "O movimento apresentou uma visão detalhada à liderança egípcia para que ela possa continuar sua busca por um fim da agressão e pela suspensão da injustiça contra o nosso povo na Faixa de Gaza". Israel, que exige o fim dos disparos de foguetes contra o seu território disse que não aceitará uma trégua que dê ao Hamas tempo para se rearmar. O governo israelense insiste em algum mecanismo que impeça o grupo de contrabandear armas por túneis sob a fronteira com o Egito. "Israel busca uma calma durável que contenha uma total ausência de fogo hostil da Faixa de Gaza contra Israel, e está trabalhando em um mecanismo para impedir o Hamas de se rearmar", disse Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro Ehud Olmert. As autoridades não revelam se a ofensiva, iniciada por mar e ar no da 27, será concluída ou intensificada. Mas analistas dizem que ela tem de terminar até terça-feira, quando toma posse o novo presidente dos EUA, Barack Obama. Manter a ofensiva seria uma forma arriscada de testar o apoio do novo ocupante da Casa Branca, diante de uma ação militar que atrai condenação internacional. Israel, por sua vez, terá eleições em 10 de fevereiro, opondo a chanceler centrista Tzipi Livni ao ex-premiê direitista Benjamin Netanyahu. A disputa pode abalar o apoio pluripartidário que a ofensiva recebe em Israel. Divulgando novas cifras, o ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que 1.024 palestinos já morreram e 4.700 ficaram feridos no conflito. O Centro Palestino para os Direitos Humanos disse que entre os mortos há mais de 670 civis. Desde o início da ofensiva, Israel teve 10 soldados e 3 civis mortos, sendo quatro deles atingidos por foguetes -- cuja frequência diminuiu, mas não por completo. Na quarta-feira. segundo o Exército de Israel, foram 14 projéteis, que provocaram poucos danos, mas não fizeram feridos. (Reportagem adicional de Allyn Fisher-Ilan e Adam Entous, em Jerusalém, e redações de Beirute e Cairo)

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