26 de julho de 2010 | 11h55
JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira, 26, que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) está determinada a sabotar as tentativas de serem estabelecidas negociações diretas entre israelenses e palestinos. Segundo o premiê, esse tipo de diálogo é o único que pode atender os interesses de segurança de seu país.
Em discurso ao Comitê de Defesa e Assuntos Externos do Parlamento israelense (Knesset), Netanyahu disse que se dependesse de Israel, "as conversas diretas começariam já na próxima semana" e acrescentou que o Estado judeu "concorda com os americanos que o diálogo deve ser estabelecido de forma direta sem maiores atrasos".
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, recentemente indicou que resistirá à pressão da Organização das Nações Unidas (ONU) para que negocie diretamente com Israel alegando que antes é preciso conversar sob mediação, como vem acontecendo nos últimos meses graças aos EUA. Abbas disse querer que as negociações indiretas produzam resultados sobre as discussões da segurança das fronteiras e da criação de um Estado palestino.
Netanyahu, porém, disse que a ANP respondeu aos seus pedidos de negociação direta "evitando uma tentativa de diálogo". "Se alguém tem dúvidas sobre a relutância palestina, agora está clara", disse.
Segundo ele, os palestinos se dizem interessados em progredir com as conversas, mas estão usando desculpas para atrasar o processo. "Antes queriam a interrupção da construção de novos assentamentos, agora são as fronteiras", disse o premiê argumentando sobre as condições impostas pela ANP para que comece o diálogo direto.
Nesta quinta-feira a Liga Árabe anunciará sua decisão se apoia ou não as negociações diretas da ANP com o Estado judeu. O anúncio será feito em um momento no qual termina o prazo de congelamento da expansão de novas colônias judaicas decretado por Israel.
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisada há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.
Os palestinos exigem a suspensão total da construção de novos assentamentos como condição para que ocorram negociações diretas. A porção oriental de Jerusalém foi tomada pelos israelenses após a Guerra dos Seis Dias de 1967, e desde então são construídas casas para colonos judeus na área. Os assentamentos são considerados ilegais pela ONU.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.