JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira, 26, que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) está determinada a sabotar as tentativas de serem estabelecidas negociações diretas entre israelenses e palestinos. Segundo o premiê, esse tipo de diálogo é o único que pode atender os interesses de segurança de seu país.
Em discurso ao Comitê de Defesa e Assuntos Externos do Parlamento israelense (Knesset), Netanyahu disse que se dependesse de Israel, "as conversas diretas começariam já na próxima semana" e acrescentou que o Estado judeu "concorda com os americanos que o diálogo deve ser estabelecido de forma direta sem maiores atrasos".
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, recentemente indicou que resistirá à pressão da Organização das Nações Unidas (ONU) para que negocie diretamente com Israel alegando que antes é preciso conversar sob mediação, como vem acontecendo nos últimos meses graças aos EUA. Abbas disse querer que as negociações indiretas produzam resultados sobre as discussões da segurança das fronteiras e da criação de um Estado palestino.
Netanyahu, porém, disse que a ANP respondeu aos seus pedidos de negociação direta "evitando uma tentativa de diálogo". "Se alguém tem dúvidas sobre a relutância palestina, agora está clara", disse.
Segundo ele, os palestinos se dizem interessados em progredir com as conversas, mas estão usando desculpas para atrasar o processo. "Antes queriam a interrupção da construção de novos assentamentos, agora são as fronteiras", disse o premiê argumentando sobre as condições impostas pela ANP para que comece o diálogo direto.
Nesta quinta-feira a Liga Árabe anunciará sua decisão se apoia ou não as negociações diretas da ANP com o Estado judeu. O anúncio será feito em um momento no qual termina o prazo de congelamento da expansão de novas colônias judaicas decretado por Israel.
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisada há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.
Os palestinos exigem a suspensão total da construção de novos assentamentos como condição para que ocorram negociações diretas. A porção oriental de Jerusalém foi tomada pelos israelenses após a Guerra dos Seis Dias de 1967, e desde então são construídas casas para colonos judeus na área. Os assentamentos são considerados ilegais pela ONU.