Netanyahu e Barak preparam coalizão em Israel

PUBLICIDADE

Por JEFFREY HELLER
Atualização:

O primeiro-ministro-designado de Israel, Benjamin Netanyahu, obteve na terça-feira o aval do dirigente trabalhista Ehud Barak para uma parceria política que ajude o futuro governo do país a evitar atritos com os EUA a respeito do processo de paz do Oriente Médio. Pelo acordo com Barak, um gabinete sob o comando do partido direitista Likud, de Netanyahu, respeitaria todos os acordos internacionais firmados por Israel, segundo uma fonte do Partido Trabalhista. Tal fórmula inclui tratados que anteveem o surgimento de um Estado palestino. Tendo o trabalhismo (centro-esquerda) ao seu lado, Netanyahu governaria com 66 dos 120 deputados, margem que ainda pode ser aumentada até o dia 3, quando vence o prazo para que ele forme o governo. O pacto precisa ser ratificado, ainda na terça-feira, pela cúpula trabalhista. Barak, que deve manter o cargo de ministro da Defesa, enfrenta forte oposição de outros dirigentes do partido por ter se aliado ao belicoso Netanyahu. Como ministro do atual governo centrista, Barak foi um dos mentores da ofensiva de dezembro e janeiro contra o Hamas na Faixa de Gaza. O Partido Trabalhista apoia o processo de paz dos EUA na região, que prevê a criação de um Estado palestino ao lado de Israel, enquanto Netanyahu rejeita tal solução, preferindo dar ênfase ao desenvolvimento econômico dos territórios palestinos -- estratégia que os palestinos contestam. Tal posição pode colocar o futuro premiê em rota de colisão com o governo dos EUA, cujo presidente, Barack Obama, prometeu fazer da paz no Oriente Médio uma prioridade diplomática de seu mandato. "Estamos conversando sobre respeitar todos os acordos internacionais que o Estado de Israel. Estamos falando em haver um processo de paz", disse o negociador trabalhista Shalom Simchon, sem dar detalhes do pacto. Israel se comprometeu formalmente em 2007, na conferência de Annapolis (EUA), a negociar um tratado que promova "a meta de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança". Na segunda-feira, Netanyahu havia selado um acordo para governar em conjunto com o partido judaico ortodoxo Shas. Antes, havia angariado o apoio do partido Yisrael Beitenu, do ultranacionalista Avigdor Lieberman.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.