O presidente americano, Barack Obama, classificou de ‘ultrajante” o ataque suicida que matou pelo menos 43 pessoas no sábado, 25, no Paquistão.
O Talebã paquistanês assumiu a autoria de um ataque realizado por uma mulher-bomba que detonou seus explosivos perto de uma multidão que recebia ajuda humanitária no noroeste do Paquistão.
"Condeno com veemência este ultrajante ataque terrorista em Khar, no Paquistão. A matança de inocentes em um local de distribuição de comida é uma afronta para a população paquistanesa e para toda a humanidade", disse ele.
"Os Estados Unidos estão junto com os paquistaneses nestes tempos difíceis e vão apoiar substancialmente os esforços do Paquistão para a conquista da paz e justiça para seu povo", completou.
Represália. O Talebã paquistanês disse que o ataque foi em represália ao apoio da população de Khan, região de Bajaur, próxima da fronteira com o Afeganistão, para a ofensiva do governo contra militantes.
Pelo menos 60 pessoas ficaram feridas no ataque.
Na mesma região, um ataque suicida deixou ao menos 40 mortos no início deste mês.
Ex-aliado. O correspondente da BBC News em Islamabad Aleem Maqbool explica que Bajaur é uma região alvo de inúmeras operações do Exército, que várias vezes declarou que a área estava livre dos militantes.
Mas, novamente, os extremistas provam que podem revidar.
“No final de um ano sangrento no Paquistão, houve ataques a todos os tipos de alvo. Os militantes não se acanharam”, opina Maqbool. “Muitos paquistaneses se perguntam como o governo e os militares vão lidar com a situação no futuro.”
O governo paquistanês está sob forte pressão dos Estados Unidos para que lance uma forte ofensiva na região tribal do Waziristão do Norte, onde acredita-se que se escondam extremistas islâmicos.
Islamabad nega as acusações de que não está fazendo o suficiente para conter o extremismo. O país apoiou o regime do Talebã no Afeganistão entre 1996 e 2001, mas se tornou aliado dos EUA após a invasão americana ao país vizinho.