NOVA YORK - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se encontrará com o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, na quarta-feira para pressioná-lo a desistir do reconhecimento do Estado palestino na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), informou nesta terça-feira, 20, a Casa Branca.
De acordo com Washington, Obama se reunirá com Abbas às 18 horas locais (19 horas em Brasília) às margens da Assembleia-Geral. No mesmo dia, o presidente americano também vai de encontrar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se opõe à iniciativa palestina.
"Com israelenses e palestinos, o presidente poderá dizer de forma bastante direta por que acreditamos que a ação nas Nações Unidas não é o caminho para que o Estado palestino seja reconhecido", disse Ben Rhodes, vice-conselheiro de Segurança Nacional de Obama.
Abbas prometeu apresentar ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a petição para o reconhecimento do Estado palestino pleno na Assembleia-Geral, apesar da resistência e das objeções de israelenses e americanos. Os palestinos dizem ter apoio suficiente na Assembleia e no Conselho se Segurança, mas os Estados Unidos, que têm poder de veto no segundo órgão, já adiantaram que não permitirão a ação.
Os governos americano e israelense insistem que apenas negociações de paz diretas entre as partes podem levar à paz e, consequentemente, a discussões sobre o Estado palestino. A AP afirma que mais de duas décadas de diálogo sem resultados deixou apenas a ONU como alternativa.
Israel, que pediu por novas negociações diretas com os palestinos, opõe-se à medida na ONU e diz que ela é destinada a deslegitimar Israel. Os palestinos afirmam que sua candidatura no órgão internacional tem como objetivo abrir as portas para novas conversas de paz entre dois iguais - ambos Estados soberanos.
A última rodada de negociações diretas entre Israel e os palestinos fracassou há um ano depois que Israel se recusou a renovar uma moratória a novos assentamentos em áreas desejadas pelos palestinos para um futuro Estado.