A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e as tropas afegãs anunciaram nesta segunda-feira, 14, que abrirão mão do uso de artilharia pesada durante a ofensiva contra os talebans na província de Helmand, com o objetivo de evitar mortes entre civis.
Em entrevista coletiva em Helmand, o ministro do Interior afegão, Mohammed Hanif Atmar, anunciou a medida e destacou que a força aliada estará em constante contato com os líderes regionais para informar sobre a tática militar.
Segundo o ministro, será lançado um programa de rádio para que o povo de Marjah, reduto talebans e epicentro do grande ataque militar, saiba o que deve fazer para se proteger durante a ofensiva.
O chefe da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), sob comando da Otan, Stanley McChrystal, afirmou na entrevista que a ofensiva está sendo "liderada pelos afegãos", algo que ressalta a "associação especial" entre as tropas estrangeiras e locais.
O general americano louvou os soldados afegãos e disse estar orgulhoso do comportamento deles.
Já o ministro da Defesa do Afeganistão, Abdul Rahim Wardak, destacou que a força aliada quer enviar a mensagem aos rebeldes e ao povo afegão de que não deixarão a região após a ofensiva militar.
Ontem, a Isaf admitiu ter lançado dois foguetes que desviaram 300 metros do alvo inicial - um refúgio insurgente - e mataram 12 civis.
McChrystal pediu desculpas ao presidente afegão, Hamid Karzai, e ordenou que o sistema de lançamento de mísseis não voltasse a ser utilizado até nova inspeção.
Desde que assumiu o comando das tropas estrangeiras no Afeganistão, no ano passado, o general americano insistiu em estreitar a colaboração com as forças afegãs e evitar a morte de civis.
Mais de cinco mil soldados americanos, dois mil afegãos, milhares de britânicos e soldados de Dinamarca, Estônia e Canadá participam desde sábado da grande ofensiva, dirigida a retirar os insurgentes de Marjah, único núcleo urbano que controlavam totalmente em Helmand.