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Oficiais da Defesa de Israel apoiam trégua imediata em Gaza

Agência oficial egípcia afirma que o Hamas respondeu de forma positiva a cessar-fogo; grupo dará coletiva

Por Agências internacionais
Atualização:

Altos oficiais israelenses ligados afirmaram que governo deveria aceitar o cessar-fogo imediato, e não expandir a ofensiva contra o grupo islâmico palestino, segundo afirma o jornal israelense Haaretz nesta quarta-feira, 14. A informação foi divulgada no mesmo dia em que um fonte egípcia "de alto categoria" afirmou que o Hamas respondeu "de forma positiva" ao plano do Egito para acabar com as hostilidades na Faixa de Gaza, informa a agência oficial egípcia Mena. Veja também: Número de mortos em Gaza já passa de mil Bin Laden convoca 'jihad' contra Israel em Gaza  Secretário da ONU volta a pedir cessar-fogo  Norte de Israel é atingido por foguetes do Líbano Correspondente do "Estado" fala da 3ª semana do conflito Aumenta suspeita do uso de armas ilegais no conflito em Gaza Conflito em Gaza vira guerrilha urbana  Secretário-geral da ONU apela por trégua Especial traz mapa com principais alvos em Gaza  Linha do tempo multimídia dos ataques em Gaza  Bastidores da cobertura do 'Estado' em Israel  Conheça a história do conflito entre Israel e palestinos  Veja imagens de Gaza após os ataques    O porta-voz do Hamas na Síria, Ami Barakeh, confirmou que o grupo aceitará o plano egípcio se a Turquia for o fiador e, em vez de tropas internacionais, haja observadores para supervisionar o cumprimento do acordo. Um líder do Hamas, Ayman Taha, membro da delegação que negocia a trégua, irá participar de uma coletiva de imprensa às 16 horas (horário de Brasília). Segundo o jornal israelense Haaretz, altos oficiais das Forças de Defesa e membros de outras equipes de segurança disseram em reuniões nos últimos dias que Israel já alcançou, nos últimos dias, tudo o que era possível em Gaza. Eles ainda manifestaram reservas sobre o lançamento da terceira fase da operação contra Hamas e afirmando que seria melhor acabar com a ofensiva agora, dias antes da posse do novo presidente americano, Barack Obama. Em contraste com as discussões similares entre a cúpula israelense na semana passada, há uma redução significativa no apoio à expansão da operação. Resposta positiva A fonte, cuja identidade não foi divulgada, disse que as autoridades egípcias mantiveram conversas "intensas" nos últimos três dias com representantes do Hamas, que responderam "positivamente" aos esforços do Egito para deter "o derramamento de sangue palestino". A fonte acrescentou que seu país continuará com os esforços com todas as partes envolvidas para alcançar um cessar-fogo "tão cedo quanto for possível". Segundo a Mena, a delegação do Hamas, liderada por Emad al Alami, deixou nesta quarta o Cairo após conversar com o chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman. O Hamas, junto com outras nove facções palestinas com sede em Damasco, rejeitaram na última quinta a proposta egípcia apresentada inicialmente. Atualmente, está sendo negociada uma proposta modificada, cujas mudanças não foram divulgadas. Fontes ligadas às negociações disseram que, após a partida dos representantes do Hamas, uma delegação israelense, liderada pelo chefe da Direção Política do Ministério da Defesa Amos Gilad chegará amanhã ao Cairo para prosseguir as negociações com as autoridades do país árabe. O plano egípcio contempla uma trégua por um período limitado e a abertura dos postos fronteiriços para que se possa receber assistência humanitária em Gaza. Além disso, estabelece negociações para interromper o bloqueio que Gaza sofre há um ano e meio, garantias para evitar uma deterioração do conflito e passos para conseguir a reconciliação entre facções palestinas. Esforço da ONU O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou no Egito na quarta-feira seu chamado por um cessar-fogo entre Hamas e Israel, cujos aviões bombardearam túneis usados pelo Hamas para contrabandear armas para dentro da Faixa de Gaza. Enquanto a ofensiva israelense na Faixa de Gaza ingressava em seu 19o dia, foguetes disparados do Líbano atingiram a cidade de Kiryat Shmona, no norte de Israel. Mas não houve sinais imediatos de que o incidente pudesse evoluir para violência mais ampla. "Repito meu chamado por um cessar-fogo imediato e duradouro", disse Ban em coletiva de imprensa concedida no Cairo com o chanceler egípcio Ahmed Aboul Gheit. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que está iniciando um giro pelo Oriente Médio para tentar promover o fim dos ataques israelenses e dos disparos de foguetes do Hamas, disse que espera que a iniciativa egípcia de cessar-fogo renda frutos em pouco tempo. Israel já declarou que qualquer trégua precisa incluir a garantia de que o Hamas não possa se rearmar. O país vem despejando bombas capazes de arrebentar bunkers sob os túneis que passam debaixo da fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, usados para a entrada de armas no território. Os túneis vêm servindo como linha de passagem vital de bens para os palestinos na Faixa de Gaza, cujos acessos ao mundo externo estão fechados, e como rota de abastecimento militar de seus militantes. As forças israelenses disseram que seus aviões bombardearam cerca de 35 túneis na quarta-feira e também atacaram o quartel-general da polícia do Hamas na cidade de Gaza, cercada pelas tropas israelenses, além de oito pelotões de militantes e nove instalações de produção e armazenamento de armas. Tropas israelenses chegaram mais perto do centro da Cidade de Gaza, e organizações internacionais expressaram receio quanto à situação de crianças que não têm como sair da cidade. Funcionários médicos em Gaza disseram que as forças israelenses mataram dois militantes e duas mulheres nos combates mais recentes. Cerca de seis foguetes disparados da Faixa de Gaza atingiram o sul de Israel, sem provocar baixas, conforme a polícia. (Matéria atualizada às 14h25)

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