Onda de ataques prossegue no Paquistão e mata mais 11 pessoas

Carro-bomba explode em mesquita próxima a delegacia de polícia em Peshawar, na fronteira com o Afeganistão

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Por Hélio Barboza e da Agência Estado
Atualização:

A série de atentados iniciada há 11 dias no Paquistão prosseguiu nesta sexta-feira, 16, com 11 mortos pela explosão de um carro-bomba numa mesquita próxima a uma delegacia de polícia em Peshawar, a maior cidade do noroeste do país, na fronteira com o Afeganistão. Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelo atentado, mas as suspeitas recaem sobre o Taleban, acusado pela onda de ataques que já deixou 150 mortos e parece ter como objetivo forçar o governo a abandonar os planos de uma ofensiva militar contra o reduto dos militantes na fronteira com o Afeganistão.

 

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Em Peshawar, nesta sexta-feira, o terrorista dirigiu um veículo carregado de explosivos contra a parede da mesquita e detonou a bomba, danificando seriamente tanto o edifício religioso como a delegacia vizinha. Ainda não se sabe qual era o alvo do atentado. A delegacia de polícia estava fortemente vigiada e cercada por barricadas, o que tornava praticamente impossível um ataque direto contra o prédio.

 

As imagens da TV mostraram que a parte de cima da parede da mesquita desmoronou. Uma massa de metal retorcido estava em chamas. Além dos 11 mortos, incluindo duas mulheres e um estudante, a ação deixou mais de dez feridos, de acordo com um funcionário do governo.

 

Na quinta-feira, uma série de cinco atentados coordenados em três cidades paquistanesas deixou 40 mortos - 28 deles na capital cultural do país Lahore - no momento em que as Forças Armadas preparam uma nova ofensiva contra a milícia islâmica do Taleban que atua na fronteira com o Afeganistão. Desde o início da onda de ataques do Taleban, há 11 dias, o Paquistão registrou 8 atentados.

 

Ações coordenadas

 

Na ação mais violenta de quinta-feira, a sede da Agência Federal de Investigação (FIA, na sigla em inglês) e duas academias de política de Lahore foram atacadas por homens armados com fuzis e granadas. Metade dos 28 mortos na ação era policiais e militares; outros 10 eram rebeldes. Parentes de algumas das vítimas foram feitos reféns num anexo residencial do campus, próximo aos edifícios da polícia. O mesmo complexo já tinha sido alvo de um ataque semelhante em março.Numa ação quase simultânea, um carro-bomba foi detonado por um terrorista, matando outros três policiais e sete civis numa delegacia de Kohat, no noroeste do Paquistão. O autor do atentado também morreu na explosão. Um segundo ataque em Pshawar matou uma criança e num complexo habitacional onde vivem funcionários do governo.

 

Com os ataques de quinta-feira, o número de mortos em atentados terroristas no Paquistão nas duas últimas semanas chega a 150, incluindo uma ousada operação, no sábado, contra o quartel de Rawalpindi - conhecido como o ''Pentágono, paquistanês'' -, que deixou 20 mortos. Dois dias depois um comboio militar foi atacado por rebeldes no Vale do Swat, deixando 41 mortos.

 

Além da polícia e das Forças Armadas, um edifício das Nações Unidas em Islamabad também foi alvo de um atentado suicida, no dia 5, quando cinco funcionários da organização morreram no local.A nova onda de violência coincide com a ofensiva militar preparada pelo Exército paquistanês contra redutos taleban no Wairistão do Sul, na fronteira com o Afeganistão, e põe em dúvida a real capacidade do governo local de frustrar a ação de grupos terroristas. As ações ocorreram no mesmo dia que o presidente americano Barack Obama, autorizou a liberação de US$ 7,5 bilhões em ajuda para o governo paquistanês.

 

Texto atualizado às 8h 

 

(com Reuters e Associated Press)

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