ONU confirma argelino para substituir Annan como enviado à Síria

Lakhdar Brahimi deve discutir com Ban Ki-moon planos de uma nova abordagem ao conflito sírio

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NAÇÕES UNIDAS - A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou na sexta-feira, 17, que o diplomata veterano argelino Lakhdar Brahimi substituirá o ex-secretário-geral Kofi Annan como mediador internacional para a Síria, enquanto o conflito se agrava como guerra civil.

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"O secretário-geral aprecia a disposição do sr. Brahimi para levar seus talentos e experiência consideráveis a esta tarefa crucial para a qual ele precisará, e espera corretamente, o apoio forte, claro e unificado da comunidade internacional, incluindo do Conselho de Segurança", disse o porta-voz da ONU, Eduardo del Buey. O anúncio confirmou o que diplomatas haviam dito à Reuters na quinta-feira. Brahimi - que hesitou durante dias antes de aceitar o trabalho que o enviado francês na ONU, Gerard Araud, chamou de "missão impossível" - terá um novo título, o de representante conjunto especial para a Síria. Diplomatas afirmaram que a mudança foi feita para distanciá-lo de Annan. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, apoiaram a indicação, afirmou Del Buey. Diplomatas disseram que todos os membros do Conselho de Segurança apoiam Brahimi. "A diplomacia para promover uma resolução pacífica ao conflito na Síria continua sendo uma prioridade importante para as Nações Unidas", afirmou Del Buey. "Mais confrontos e militarização apenas exacerbarão o sofrimento e tornarão mais difícil o caminho para uma resolução pacífica da crise que poderia levar a uma transição política de acordo com as aspirações legítimas do povo sírio", afirmou ele. Funcionários da ONU disseram que Brahimi deve chegar a Nova York na semana que vem para se encontrar com Ban e discutir os planos para uma nova abordagem ao conflito na Síria, que, segundo a ONU, já provocou a morte de 18 mil pessoas. Del Buey disse que Ban agradeceu Annan, laureado pelo Prêmio Nobel da Paz e que aceitou o cargo de enviado especial conjunto para a Síria há seis meses, "por seus esforços e contribuições à marcha para a paz na Síria". Annan, que deixará o cargo no fim deste mês, disse que seu plano de paz para a Síria foi prejudicado pela divisão no Conselho de Segurança da ONU.

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