
21 de outubro de 2009 | 19h17
O Afeganistão produz 92 por cento do ópio mundial, uma pasta fina extraída da papoula que é usada para fazer heroína, e o equivalente a 3.500 toneladas de ópio é traficada do Afeganistão por ano, disse o relatório da Agência de Crimes e Narcóticos da ONU (UNODC, na sigla em inglês).
Cerca de dois terços desse total é transformado em heroína antes de deixar o país centro-asiático, enquanto o resto é traficado como ópio, disse o estudo.
Menos de dois por cento daquele ópio e heroína são apreendidos pelas autoridades antes de deixar o Afeganistão, com 40 por cento da heroína levada para fora do país através do Paquistão, 30 por cento para o Irã e cerca de 25 por cento através da Ásia Central.
"A região na fronteira de Paquistão e Afeganistão se transformou na maior zona de livre comércio do mundo de qualquer coisa que é ilícita --drogas, é claro, mas também armas, equipamentos para fazer bombas, dinheiro de drogas, mesmo pessoas e imigrantes", disse o diretor-executivo da UNOCD, Antonio Maria Costa.
"A tempestade perfeita formada por drogas e terrorismo... pode estar indo em direção da Ásia Central", advertiu Costa. "Uma grande parte da região pode ser engolida pelo terrorismo em larga escala, o que põe em risco seus recursos energéticos maciços".
No mundo todo, apenas 20 por cento dos opiáceos afegãos são interceptados antes de chegar aos viciados, enquanto o dobro da cocaína que vem da América do Sul é apreendida, diz o estudo.
O valor da heroína também aumenta cada vez que cruza uma fronteira --de cerca de 3 dólares por grama em Cabul para até 100 dólares nas ruas de Londres, Milão ou Moscou.
A Europa é responsável por 19 por cento do consumo de opiáceos do mundo, Rússia e Irã por 15 por cento, China por 12 por cento, Índia por 7 por cento e África e Américas por 6 por cento cada.
A heroína e o ópio causam até 100 mil mortes por ano e estão ajudando a espalhar o HIV em uma taxa inédita, revelou o relatório. Também disse que o Afeganistão tem 12 mil toneladas de ópio, o bastante para suprir a demanda mundial por dois anos.
Encontrou algum erro? Entre em contato