20 de maio de 2011 | 15h49
O governo de Gaddafi está tentando elevar as importações de combustíveis para fins militares e para manter os veículos rodando nas áreas que ele controla.
As sanções internacionais não incluem um embargo de combustível.
"As forças navais da Otan podem negar acesso a navios que entram ou saem de portos da Líbia, se houver informações confiáveis de que o navio ou sua carga serão usados para apoiar ataques ou ameaçar civis, direta ou indiretamente", disse na sexta-feira a porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte Carmen Romero.
Na quinta-feira, o Jupiter, um navio com bandeira de Malta com capacidade para transportar entre 10 mil e 15 mil toneladas de gasolina, foi o primeiro tanque de combustível com destino a um porto no oeste da Líbia a ser interceptado.
A ação ocorreu pouco antes de uma possível iniciativa da União Europeia para aumentar as sanções sobre o governo do líder líbio, pondo portos do país numa lista negra, para impedir as exportações de petróleo e importações de combustíveis.
A resolução 1973 da Organização das Nações Unidas autorizou a execução de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e "todas as medidas necessárias" para proteger os civis.
"Se eles puderam afetar o abastecimento, vai fazer a diferença. Eles (Otan) estão aumentando o esforço de guerra para tentar terminar rapidamente", disse Charles Gurdon, diretor da Menas Associates, consultoria londrina de risco político.
A porta-voz da Otan negou que o desvio tenha representado uma mudança na política, acrescentando que as decisões sobre interceptação de navios seriam tomadas caso a caso.
DESVIOS
O navio encontra-se agora no porto tunisiano de Zarzis, de acordo com três fontes de transporte, que acrescentaram que o navio ainda não havia descarregado por causa dos combates perto da fronteira líbia.
O Jupiter estava transportando gasolina comprada da refinaria Saras, na Sardenha, por um comprador desconhecido, e seguia para Malta, de onde partiria para um porto na Líbia, de acordo com uma fonte de transporte.
Não ficou imediatamente claro quem havia fretado o navio.
Fontes de comércio disseram que a ação da Otan deverá dissuadir outras empresas de fazer comércio de petróleo com a Líbia.
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