Otan quer passar controle da guerra afegã para governo do país este ano

Órgão destacou que sucesso da operação depende da capacidade das forças e do governo afegãos

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Por Agência Estado e Reuters
Atualização:

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordou nesta sexta-feira, 23, em começar a transferir o controle da guerra do Afeganistão ao próprio governo afegão ainda neste ano.

 

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"Nossos objetivos para 2010 são claros: tomar a iniciativa contra o Taleban, ajudar o governo afegão a exercitar sua soberania e começar a passar a responsabilidade pelo Afeganistão para os próprios afegãos", disse o secretário-geral da Otan, o general Anders Fogh Rasmussen.

 

Rasmussen explicou que a transição será um processo gradual fundamentado em condições, não em um calendário, e enfatizou a necessidade de que os aliados disponibilizem pessoal para integrar as forças afegãs para que eles possam assumir a segurança por eles mesmos. "Não será uma retirada. Não será uma corrida para a saída", disse o secretário.

 

O secretário-geral destacou que as condições incluem tanto a capacidade das forças de segurança afegãs como a evolução econômica e do governo do país.

 

A Otan também pressionou países aliados para que doem fundos ao Exército afegão. Para meados de abril, só se havia prometido $ 36 milhões para um fundo de confiança. Estima-se que a soma anual requerida para o fundo é de US$ 1,8 bilhões.

Se bem-sucedido, o processo permitirá ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciar a retirarada dos soldados norte-americanos em julho de 2011. O acordo fechado hoje pela Otan, porém, ainda tinha poucos detalhes e datas fixadas para a transferência.A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, advertiu sobre as dificuldades que poderão se apresentar num país afetado por uma insurgência persistente, recursos limitados e um governo fraco, que já mostrou falta de funcionalidade em algumas ocasiões.

 

"Acreditamos que com treinamento, atenção e supervisão suficientes, os afegãos serão perfeitamente capazes de se defender dos insurgentes", disse Hillary. "Isso não significa que o caminho será fácil, basta observar o caso do Iraque".

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