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Pai de soldado acusado de matar civis afegãos diz ter alertado Exército

Oficiais dos EUA formaram 'esquadrão da morte' e colecionavam dedos de mortos como 'troféus'

Por AP
Atualização:

SEATTLE, EUA- O pai de um soldado americano acusado de fazer parte de um "esquadrão da morte" formado para assassinar civis no Afeganistão afirmou nesta quinta-feira, 9, que tentou ao menos por seis vezes transmitir uma mensagem por meio de seu filho ao Exército americano: tropas em sua unidade tinham assassinado um civil afegão, planejavam mais assassinatos e ameaçaram seu filho caso contasse o plano.

 

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Para a surpresa de Christopher Winfield, seu filho Adam estava entre os cinco soldados acusados pelo assassinato de três homens afegãos. Dois foram mortos após a tentativa de alerta de Winfield.

 

Segundo o pai do soldado, seu filho é inocente e jamais estaria envolvido no caso se o Exército houvesse investigado seus alertas. O secretário de imprensa do Pentágono, Geoff Morrell, disse não ter informações sobre os avisos de Winfield.

 

Os novos detalhes sobre o caso geraram dúvidas a respeito de como o Exército lidou com as mortes e seu sistema para que soldados reportem desvios de comportamento de seus colegas.

 

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Winfield e mais quatro soldados são acusados de assassinato, agressão e outros crimes. Todos negaram as acusações, mas podem ser condenados à morte ou à prisão perpétua caso sejam condenados.

 

Outros sete são suspeitos de encobrir as mortes e de atacar um recruta que relatou os crimes a seus superiores.

 

Segundo as investigações, tudo começou com a chegada do sargento Calvin Gibbs, de 25 anos, à base avançada de Ramrod, em novembro do ano passado. Soldados contaram aos investigadores que Gibbs se vangloriava do que tinha passado no Iraque e dizia que era muito fácil "jogar uma granada numa pessoa e matá-la".

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Gibbs teria planejado a formação do "esquadrão da morte" com outro soldado, Jeremy Morlock, de 22 anos, e outros integrantes da unidade. De acordo com o site Army Times, pelo menos um dos soldados coletou os dedos das vítimas como suvenires e alguns deles posaram para fotografias ao lado dos corpos.

 

A primeira vítima do grupo teria sido Gul Mudin, na vila de La Mohammed Kalay, em janeiro. Morlock e Andrew Holmes, outro soldado, estavam em guarda nas proximidades de um campo de papoulas quando Mudin apareceu e foi atacado com uma granada e com disparos. Morlock teria dito mais tarde a Holmes que o assassinato fora por diversão e o ameaçou caso ele contasse o episódio a alguém.

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