PUBLICIDADE

Países da Otan querem reorganizar efetivo no Afeganistão

Por ADAM ENTOUS E DAVID BRUNNSTROM
Atualização:

Países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) planejam reorganizar, e não aumentar a quantidade de tropas que mantêm no Afeganistão. No lugar de soldados para o combate, é preparado o envio de instrutores militares para treinar as forças de segurança afegãs. A informação é de autoridades dos Estados Unidos e da Otan. A decisão de alguns membros da Otan de aumentar a proporção de instrutores nos seus efetivos militares no Afeganistão mostra a dificuldade que os Estados Unidos e a Otan enfrentam para convencer os países a se comprometer com novas forças de combate no território afegão. Uma autoridade dos EUA havia dito antes de uma reunião da Otan em Istambul nesta semana que o secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, pediria dos aliados mais do que 4.000 instrutores. Mesmo assim, representantes da Otan afirmaram que a França foi o único país a aceitar um novo compromisso nessa reunião da Otan, que terminou na sexta-feira. Os franceses ofereceram apenas 80 instrutores. No entanto, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, se disse confiante que o fosso entre o que é preciso e o que há disponível será superado. Uma conferência em 23 de fevereiro se concentrará nisso. "Já tive respostas positivas de aliados e parceiros sobre os nossos pedidos para mais equipes de treinamento. Virão mais de outros países," disse ele à Reuters, em entrevista durante uma conferência de segurança em Munique, na Alemanha. O secretário Rasmussen declarou também que fazia sentido o uso dos recursos existentes para treinar os afegãos. "Já podemos começar neste ano o processo de transferir responsabilidades para os afegãos." "Faz sentido usar os nossos recursos para equipar as missões de treinamento," afirmou ele. "Acho natural assegurarmos que a composição das tropas que são enviadas para a missão no Afeganistão reflita essa estratégia." Há hoje 120 mil soldados estrangeiros no Afeganistão, um número que aumentará nos próximos meses, quando chegarem as novas tropas dos EUA e da Otan. (Reportagem adicional por David Brunnstrom, Ibon Villelabeitia, Selcuk Gokoluk e Ayla Jean Yackley)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.