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Palestinos criticam EUA por negar proposta de novo status na ONU

Americanos estão 'desdenhando' de ambições do povo palestino, afirmam lideranças

Atualização:

RAMALLAH - Os Estados Unidos estão mostrando "desdém" pelos árabes ao tentar evitar que os palestinos consigam o reconhecimento de seu Estado na Organização das Nações Unidas (ONU), disse uma autoridade palestina nesta quarta-feira, 7.

 

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Washington teme que a iniciativa palestina na ONU, que deve ser apresentada no final deste mês, pode desequilibrar ainda mais esforço americano de ressuscitar as conversas de paz com Israel, que estão estagnadas desde o ano passado após uma disputa relacionada aos assentamentos judeus nos territórios palestinos ocupados. David Hale, enviado especial dos EUA para a paz no Oriente Médio, se reuniu com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, nesta quarta, no mais recente gesto dos americanos para deter as manobras nas Nações Unidas. O diplomata, poré, aparentemente não conseguiu incitar um reinício das conversas diretas com Israel. "(O presidente) repetiu que a posição dos palestinos e dos árabes é ir às Nações Unidas, dado que o lado israelense ainda se recusa a reconhecer termos claros de referência e está construindo assentamentos", disse Nabil Abu Rdainah, um assessor de Abbas, à Reuters após o encontro. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repetiu nesta quarta-feira seu pedido para que Abbas volte às conversas de paz diretas e mantenha o roteiro. "O importante é começar, continuar e completar as conversas", declarou o líder israelense.

 

Yasser Abed Rabbo, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), disse que a política norte-americana agora parece confinada a um ponto: impedir que os palestinos embarquem na iniciativa diplomática nas Nações Unidas. "A questão não diz respeito aos assentamentos ou à independência palestina ou aos direitos do povo palestino ou em deter as violações criminosas perpetradas pelos colonos contra o povo palestino", disse ele. "Tudo isto está sendo ignorado, e o único assunto se tornou a questão de nós não irmos à ONU", afirmou ele à rádio Voz da Palestina. "Isto mostra não somente desdém pela posição palestina, mas também desprezo pelo que está acontecendo na região árabe --um momento de reavivamento que busca justiça para os povos árabes e para toda a região", concluiu. Levantes populares derrubaram autocratas na Tunísia, no Egito e na Líbia este ano. Argumentando que o processo de paz de duas décadas perdeu o ímpeto, os palestinos pretendem melhorar seu estatuto diplomático nas Nações Unidas, e apresentam a iniciativa como um passo rumo à igualdade de condições com Israel. Como Washington, Israel se opõe à manobra, dizendo que ela objetiva minar sua própria legitimidade e que o estado palestino só pode ser conquistado através de um acordo negociado.

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