
16 de setembro de 2011 | 13h43
"Iremos às Nações Unidas pedir o nosso direito legítimo, obtendo adesão plena para a Palestina nessa organização", disse Abbas em discurso transmitido pela TV, indicando que pedirá votação sobre a questão no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Israel e EUA se opõem com firmeza a esse movimento, argumentando que o Estado palestino só poderá ser criado através de negociações diretas.
"Vamos ao Conselho de Segurança", acrescentou Abbas em meio a aplausos arrebatados da plateia formada por líderes palestinos. "Quanto a outras opções, ainda não tomamos uma decisão sobre elas", disse.
O governo norte-americano já disse que vai vetar qualquer resolução sobre um Estado palestino no Conselho de Segurança e alguns políticos dos EUA disseram que vão tentar cortar a ajuda do país aos palestinos, num total de 500 milhões de dólares por ano, se eles se recusarem a voltar atrás.
Se os Estados Unidos vetarem a resolução, os palestinos podem então tentar a Assembleia Geral da ONU. Ela não tem o poder de lhes dar a adesão, mas pode reconhecer a Palestina como um estado não membro.
Isso daria aos palestinos o possível acesso a outros órgãos internacionais, incluindo o Tribunal Penal Internacional, onde poderiam processar Israel pela longa ocupação da Cisjordânia.
Abbas disse que queria ver um Estado palestino reconhecido tendo como base as linhas traçadas em 1967, incluindo a Cisjordânia, o leste de Jerusalém e a Faixa de Gaza, acrescentando que isso então iria capacitar os palestinos a retomarem as negociações com Israel.
Ele destacou que qualquer protesto popular em apoio a sua iniciativa deveria ser pacífico.
Israel teme que a ida à ONU possa provocar violência na Cisjordânia e já colocou suas forças em alerta máximo na área.
Abbas deve discursar na Assembleia Geral da ONU em 23 de setembro, quando iria apresentar a oferta de adesão plena da Palestina.
(Reportagem de Tom Perry)
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