Palestinos suspendem negociações sem acordo sobre governo

Fatah e Hamas não conseguem superar divergências em reunião egípcia; nova rodada será na próxima semana

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Por Reuters
Atualização:

Grupos rivais palestinos suspenderam as conversações para uma reconciliação no Egito, nesta quinta-feira, 19, sem um acordo sobre a forma nem uma agenda para um governo interino que supervisionaria a reconstrução de Gaza e os preparativos para as eleições.

 

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Uma autoridade egípcia disse à Agência de Notícias do Oriente Médio (estatal) que uma nova rodada está prevista para a semana que vem. O sucesso do diálogo patrocinado pelo Egito é visto como crucial após 21 meses de cisma entre Gaza, governada pelo Hamas, e a Cisjordânia, onde o presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, detém o poder. O fracasso em formar um governo prejudicaria seriamente qualquer esforço internacional para reconstruir as residências, os edifícios públicos e a infraestrutura destruídos pela ofensiva militar israelense em Gaza, afirmou o palestino Walid al-Awad, do Partido do Povo, de orientação comunista. "No caso de fracasso, Deus não permita, não haverá diálogo para a reconstrução de Gaza ou para a suspensão do bloqueio (liderado por Israel)", disse ele à Reuters. Israel, a União Européia e os Estados Unidos consideram o Hamas um grupo terrorista e recusam-se a negociar com a facção. O Fatah e o Hamas, os dois maiores grupos palestinos, apresentam diferenças fundamentais sobre como lidar com Israel. O Hamas defende a luta armada, embora esteja disposto a considerar uma trégua, enquanto Abbas apoia um diálogo com o Estado judaico. Os grupos concordaram com a ideia de formar um governo de união e organizar eleições legislativa e presidencial até 25 de janeiro de 2010. Wasil Abou Youssef, secretário-geral da Frente de Libertação da Palestina, disse à Reuters que dez dias de negociações mostraram-se insuficientes para os participantes concordarem se o governo deveria incluir grupos políticos ou ser composto inteiramente por tecnocratas apartidários, somo defendido pelo Egito e pelo Ocidente.

 

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