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Palestinos têm condições de criar Estado, diz Banco Mundial

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A Autoridade Palestina tem boas condições para criar um Estado, mas continuará dependente de ajuda externa se não atrair investimentos privados e promover o crescimento, disse um relatório do Banco Mundial na quinta-feira. O estudo, destinado a doadores de ajuda que contribuem com o Banco Mundial, foi divulgado em meio à retomada do processo de paz entre palestinos e israelenses, após um hiato de 20 meses. A meta deles é concluir dentro de um ano um acordo que leve à criação de um Estado palestino convivendo em paz com Israel. O Banco Mundial aprovou na quinta-feira uma verba de 40 milhões de dólares para o orçamento da Autoridade Palestina, mas ainda assim previu um déficit de 300 a 400 milhões de dólares neste ano para os palestinos. "Se a Autoridade Palestina (AP) mantiver seu atual desempenho na construção de instituições e oferta de serviços públicos, está em boas condições de estabelecer um Estado a qualquer momento no futuro próximo", diz o relatório. O Banco Mundial, que supervisiona um fundo de doações para os palestinos, disse que a AP fez progressos em cumprir metas orçamentárias e ampliar a arrecadação tributária. Mas ressaltou que "se ações não forem tomadas no futuro próximo para tratar dos obstáculos remanescentes ao desenvolvimento do setor privado e ao crescimento sustentável, a AP continuará sendo dependente dos doadores, e suas instituições, não importa quão robustas sejam, não serão capazes de sustentar um Estado viável", diz o texto. "Mudanças significativas no ambiente das políticas ainda são necessárias para um maior investimento privado, particularmente nos setores produtivos, permitindo que a AP reduza significativamente sua dependência em relação à doação de ajuda." Apesar disso, há sinais de que os investimentos privados começam a ganhar ritmo em alguns setores. Bancos e programas que dão garantias a empréstimos têm relatado mais interesse dos empreendedores em buscarem financiamento para projetos de longo prazo, disse o Banco. Em 2009, o número de novas empresas saltou 38 por cento em relação a 2008. O Banco Mundial afirmou ser cedo para avaliar se o relaxamento parcial do bloqueio à Faixa de Gaza tem algum impacto econômico. "Seja como for, o impacto sobre o setor privado será limitado enquanto a proibição às exportações continuar." (Reportagem de Lesley Wroughton)

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