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Palestinos temem avanço de assentamentos israelenses em seu vilarejo

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Por NOAH BROWNING
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Os palestinos da aldeia de Kufr al-Deek, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel, acordaram no domingo com a movimentação de israelenses aplainando o topo de uma colina próxima. Os moradores da área dizem que a terra é propriedade privada deles, e que o governo israelense está se preparando para construir um novo assentamento judaico no local. Eles temem que isso ajude a consolidar um bloco de cidades israelenses, medida que, segundo eles, impediria a viabilidade de um futuro Estado Palestino. "(Israel) quer ligar suas colônias, de Ariel até a costa, e eles precisam das nossas terras para fazer isso", disse o morador Ismail Taha, rouco de tanto gritar com as dezenas de soldados israelenses que impediam ele e outros moradores de chegar ao trabalho na segunda-feira. Os moradores dizem que alguns acampamentos começaram a aparecer na semana passada e eles temem que esse seja o núcleo de uma nova comunidade. "Isso é roubo, e nós não temos meios para nos defender. Enquanto eles têm tribunais tendenciosos, a polícia e o Exército, nós não temos dinheiro nem poder. Nós somos pacíficos, mas apenas sobre os nossos cadáveres eles conseguirão tomar a nossa terra", disse Taha. Dois corredores com cerca de duas dezenas de assentamentos judaicos que abrigam quase 50 mil pessoas se estendem entre o assentamento em Ariel, com 20 mil residentes, e a planície costeira de Israel. Israel e os Estados Unidos consideram que as comunidades no assentamento em Ariel, em sua maioria fundadas na década de 1980, são agora muito grandes e estabelecidas para serem removidas em qualquer futuro acordo de paz, uma possibilidade que ficou ainda mais remota com o colapso no mês passado das negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos. Durante reuniões a portas fechadas, autoridades palestinas consideraram trocar essas terras por outras em Israel, mas publicamente elas afirmam ter direito a um Estado em toda a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental - terras que Israel capturou durante a guerra em 1967. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a área de Ariel, que ele chama de "subúrbios de Tel-Aviv", e outros assentamentos ao redor de Jerusalém e Belém vão ficar como estão. O movimento 'Paz Agora', um grupo israelense, disse que o governo de Netanyahu avançou com planos para construir quase 14.000 novas casas em terras ocupadas no período de 9 meses das negociações de paz, que começaram em julho do ano passado. O Tribunal Internacional de Justiça considera os assentamentos ilegais. Embora a União Europeia afirme que os "deplora", e os Estados Unidos os chamem de "ilegítimos", poucas medidas foram tomadas para retardar sua propagação.

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