27 de abril de 2010 | 03h25
TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou com dureza o direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, o qual definiu como uma 'ferramenta satânica de opressão", em um discurso realizado na noite de segunda-feira, 26.
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No discurso realizado diante um grupo de oficiais da polícia, o controvertido presidente voltou a atacar os EUA, país ao qual acusou de propagação da malícia. "As armas nucleares, as invasões militares e o direto a veto que desfrutam os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU são ferramentas satânicas", afirmou Ahmadinejad. "Todas elas servem para oprimir e destruir a realidade dos seres humanos e por isso são instrumentos satânicos", reiterou o presidente.
O Irã iniciou nas últimas semanas uma campanha para tirar credibilidade do Conselho de Segurança da ONU e tratar de diminuir a credibilidade da nova bateria de sanções que os Estados Unidos pretende aprovar em resposta ao controverso programa nuclear iraniano.
Na última sexta-feira, 23, Ahmadinejad viajou para Uganda e nesta terça-feira, 27, receberá o Ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ambos países são membros rotatórios do Conselho de Segurança.
A intenção do Irã é que seu programa nuclear seja tratado pelos 15 países do Conselho de Segurança, e não seja limitado ao denominado 5 + 1, integrado pelos membros permanentes (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) mais a Alemanha.
Embora defenda o direito do Irã em utilizar a energia nuclear para fins pacíficos e acreditar que as sanções não são o melhor caminho, o Brasil mantém uma postura ambígua sobre qual será sua decisão final se a ONU adotar as sanções.
A este respeito, o presidente iraniano denunciou as pressões que a administração norte-americana exerce para impor suas ambições e sua cultura. "Estados Unidos deprecia as nações e questiona os valores humanos. Depreciar as nações só traz rigidez, distanciamento e a malícia".
Grande parte da comunidade internacional, encabeçada por Washington, acusa o regime iraniano de ocultar, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e com ambições bélicas cujo objetivo seria a aquisição de armamento nuclear, alegação que Teerã rechaça.
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