A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que as sanções adotadas na quarta-feira, 9,pela ONU vão "interferir" nas ambições nucleares do Irã, e reafirmou a esperança de que Brasil e Turquia possam desempenhar um papel de mediação com Teerã.
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Falando a jornalistas durante visita à Colômbia, Hillary se disse satisfeita com a aprovação das novas sanções no Conselho de Segurança da ONU. "Nossa meta não é sancionar o Irã. Nossa meta é acabar com quaisquer dúvidas e questões sobre o propósito do programa nuclear do Irã, e impedir o Irã de obter armas nucleares, e essa é uma meta amplamente abraçada na comunidade internacional", disse ela. A secretária disse que as sanções, com suas medidas contra bancos e empresas supostamente ligadas ao programa nuclear, serão efetivas e podem eventualmente trazer Teerã para negociações reais. "Podemos, acreditamos, desacelerar e certamente interferir e tornar muito mais difícil para eles continuar o programa nuclear, por meio dessas sanções", disse Hillary. "Ao mesmo tempo, queremos que eles voltem à mesa de negociações." Hillary disse que Brasil e Turquia, dois influentes membros não-permanentes do Conselho de Segurança - e os dois únicos que votaram contra as sanções - ainda podem servir de ponte entre o Ocidente e Teerã. Em maio, os dois países emergentes mediaram com o Irã um acordo de intercâmbio de material nuclear, na esperança de que isso abrisse espaço para mais negociações diplomáticas. Mas o Ocidente rejeitou o acordo, considerando-o insuficiente e tardio. "Na atual abordagem diplomática ao Irã, acho que Turquia e Brasil vão continuar a desempenhar um papel importante", disse ela, acrescentando que os dois países talvez tenham votado contra as sanções para "manter a porta aberta" com a República Islâmica. Ela disse que poderia haver maneiras de influenciar elementos da liderança iraniana, alguns dos quais, segundo ela, poderiam ter dúvidas sobre o desenvolvimento de armas nucleares --que o Irã nega terminantemente estar ocorrendo. "Há uma diversidade de opiniões dentro da liderança", afirmou ela. Logo antes da votação, Hillary conversou com o presidente do Líbano, Michel Suleiman. O Líbano - único país árabe atualmente no Conselho - se absteve na votação, ao invés de votar "não," conforme alguns previam. Ela disse ter enviado uma mensagem de solidariedade a Suleiman. O governo do Líbano tem participação do grupo xiita Hezbollah, aliado do Irã.
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