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Partido israelense quer introduzir 'juramento de lealdade'

Ultranacionalistas criaram projeto que institui medida para inibir protestos árabes contra o Estado

Atualização:

O Israel Beiteinu, partido ultranacionalista de Israel liderado pelo ministro de Relações Exterior, Avigdor Lieberman, comunicou nesta segunda-feira, 25, seus planos de criar um projeto de lei que prevê o juramento de lealdade à cidadania israelense.

 

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O projeto segue a proposta feita pela legenda no domingo, 24, que tornaria ilegal à população árabe 'lamentar' o exílio causado pelo estabelecimento do Estado de Israel na região, o que os palestinos consideram uma 'catástrofe'.

 

Ambas as propostas do partido do chanceler baseiam-se na deslealdade dos cidadãos árabes de Israel, o correspondente a menos de um quinto da população. O projeto, que ainda precisa passar por várias aprovações até ser começar a valer, recebeu duras críticas dos legisladores de oposição e dos grupos de direitos civis.

 

Segundo o porta-voz do partido, Tal Nahum, o juramento de lealdade seria para um "Estado judeu, sionista e democrático". A pena para quem protestar contra o Estado de Israel seria de três anos na prisão. Além disso, o projeto prevê a revogação da cidadania dos que não cumprirem serviços militares à nação.

 

"Acho que podemos chegar a uma situação na qual nossos cidadão não mais lamentarão o dia em que foi fundado o país onde eles vivem", disse o criador do projeto de lei, Alex Miller, à rádio militar.

 

O parlamentar de oposição Hana Swaid chamou o projeto de "racista", dizendo que ele "elimina o direito dos cidadão árabes palestinos de pronunciar seus sentimentos e identidade nacionais".

 

O partido ultranacionalista ficou com o terceiro lugar nas últimas eleições parlamentares. O juramento de lealdade foi uma das principais bandeiras em sua campanha, que sugeria que os árabes eram uma ameaça interna a Israel. O partido é um dos principais no governo de coalizão.

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Embora tenha recebido a aprovação preliminar do fórum ministerial, o projeto de lei não deve passar pelas votações no parlamento. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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