Polícia enfrenta peregrinos em cidade sagrada do Iraque

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A polícia matou três pessoas na segunda-feira em confrontos com peregrinos em Kerbala, cidade sagrada do Iraque onde dezenas de milhares de peregrinos xiitas se reúnem para um dos dias mais importantes do calendário dessa facção islâmica. Um fotógrafo da Reuters disse ter visto um peregrino morto a tiros diante do seu hotel. Vários feridos foram levados por outros peregrinos. Um caminhão-pipa foi incendiado, e o ruído de metralhadoras ecoou durante cerca de duas horas pelas ruas em torno do hotel, situado entre as mesquitas do Imã Hussein e do Imã Abbas, segundo o fotógrafo. A polícia disse ter disparado contra uma multidão de peregrinos enfurecidos pelas rígidas medidas de segurança em vigor na cidade para as celebrações. Além dos três mortos, houve 13 feridos. Raid Shakir, chefe de polícia de Kerbala, havia informado que 10 mil policiais e 5 mil soldados seriam enviados para dar proteção na cerimônia de terça e quarta-feira, que celebra o nascimento, no século 9o, de Muhammad Al Mahdi, o último dos 12 imãs que os xiitas reverenciam como santos. Os xiitas acreditam que ele nunca morreu e que voltará para salvar a humanidade. Normalmente, a cidade já tem rígidas medidas de segurança durante eventos religiosos, com a proibição do tráfego de veículos e revistas corporais nos peregrinos. Xiitas de Bagdá, 110 quilômetros ao norte, e de outras cidades convergem para Kerbala, principalmente a pé, nos últimos dias. As peregrinações xiitas são alvo constante de ataques sunitas, mas também servem como comícios políticos para a maioria xiita, que agora domina o governo, após décadas de opressão sobre o regime do ex-ditador Saddam Hussein. A peregrinação até agora vinha sendo pacífica, com poucos incidentes reportados. Policiais nas cidades de Iskandariya e Latifiya, ao sul de Bagdá, disseram que homens armados mataram um peregrino e feriram cinco. No domingo, a polícia disse que uma peregrina foi morta e seis, sendo três crianças e três mulheres, ficaram feridos por disparos feitos por um carro no bairro sunita de Doura, zona sul de Bagdá.

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