21 de julho de 2009 | 14h58
A testemunha afirmou que os manifestantes entoavam palavras de ordem contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad e o governo, incluindo: "Ahmadinejad - renuncie, renuncie" e "Morte aos ditadores".
A testemunha disse que a polícia bateu nos manifestantes reunidos na praça Haft-e Tir, de Teerã, desafiando a proibição a manifestações do tipo após a eleição de 12 de junho, que, segundo a oposição, foi fraudada em favor de Ahmadinejad.
"A polícia de choque está colocando dezenas de manifestantes nos carros e os levando embora", disse a testemunha.
"Há centenas de policiais de choque e à paisana (das forças de segurança), batendo nas pessoas que se reuniram para apoiar (o líder de oposição Mirhossein) Mousavi", afirmou a testemunha.
O confronto acontece quatro dias após confrontos semelhantes entre a polícia e manifestantes na sexta-feira, as primeiras registradas em semanas depois que o presidente Akbar Hashemi Rafsanjani declarou que a república islâmica estava em crise e disse que havia dúvidas sobre o resultado da eleição.
As autoridades rejeitam as acusações da oposição de fraude na votação.
A eleição provocou a maior demonstração de descontentamento interno no Irã, o quinto maior exportador de petróleo do mundo, desde a revolução de 1979 e expôs divisões profundas na elite governante.
Ao menos 20 pessoas morreram na violência pós-eleitoral no mês passado. Mousavi e as autoridades culpam uns aos outros pelo derramamento de sangue. A polícia de choque e a milícia religiosa Basij controlaram os protestos de junho, mas Mousavi manteve o tom desafiador.
Mousavi, que ficou em segundo lugar na eleição, e o clérigo pró-reformista Mehdi Karoubi, que teve o quarto maior número de votos, continuaram a contestar o resultado oficial da eleição, mesmo após o endosso da vitória de Ahmadinejad pelo aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país.
Na terça-feira, o chefe da polícia do Irã, Esmail Ahmadi-Moghaddam, acusou a oposição de "incitar a subversão" após a eleição e disse que a força que dirige agiria com firmeza para manter a lei, relatou a agência de notícias oficial Irna.
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