14 de abril de 2010 | 17h33
Associated Press
WASHINGTON- Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - EUA, China, Rússia, França e China - e a Alemanha se reuniram nesta quarta-feira, 14, para tratar de uma possível aplicação de sanções ao Irã por conta do controvertido programa nuclear deste país.
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Os EUA, apoiados por Alemanha, França e Reino Unido, pressionam pela adoção rápida das resoluções contra os iranianos, mas a Rússia e a China se mantêm reservadas sobre tais decisões. Os russos já acenaram positivamente para apoiar as medidas, mas os chineses ainda acreditam na diplomacia.
Essa é a segunda reunião que conta com a presença de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança desta semana. A primeira ocorreu na terça-feira, dia 13, simultaneamente à conferência sobre segurança nuclear convocada pelo presidente americano, Barack Obama.
As potências ocidentais alegam que o programa nuclear iraniano pode ter finalidades bélicas, o que Teerã nega. Segundo o governo iraniano, o país repudia o uso de armas atômicas e mantém o enriquecimento de urânio apenas para gerar energia para seus reatores de pesquisa.
Apoio chinês
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse nesta terça que uma nova resolução da ONU para ampliar as sanções ao Irã abriria as portas para que outros países e organizações adotem, de maneira individual, medidas para isolar ainda mais o regime dos aiatolás.
Gates, em visita oficial a Lima, afirmou em entrevista coletiva que "tudo parece indicar" que o governo chinês, que anteriormente tinha se mostrado reticente à imposição de novas sanções, "quer apoiar a resolução".
O secretário disse ver "um progresso na resolução", ao se referir ao acordo entre os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, para cooperar no assunto.
Para o secretário de Defesa americano, o importante é "o isolamento do Irã do resto do mundo" e que a resolução se torne uma "nova plataforma para que os países e organizações, individualmente, imponham sanções específicas e mais estritas" que a própria medida da ONU.
O subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Políticos, William Burns, disse que Pequim pode estar perto de concordar com as sanções. "Acredito que a China concorda em enviarmos uma mensagem para o Irã. Sim, acho que será possível que o Conselho imponha sanções, e acho que isso pode acontecer em semanas", disse Burns.
O subsecretário, porém, admitiu ser difícil que China e Rússia concordem com resoluções que impeçam o comércio de produtos derivados de petróleo do Irã, proposta apoiada por vários parlamentares dos EUA.
Detalhes
A Turquia afirmou nesta quarta que as potências do Conselho de segurança da ONU não estão mantendo os outros membros informados sobre a discussão de sanções contra o Irã.
O ministro de Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, disse a repórteres em Washington que seu país ainda é contra restrições a um de seus mais importantes vizinhos.
Davutoglu afirmou que os cinco membros permanentes não deram nenhum detalhe aos membros rotativos, incluindo a Turquia, sobre o conteúdo das sanções discutidas. "Como poderemos decidir se nós não temos ideia sobre as sanções?", perguntou.
O premiê também deixou claro que a Turquia não acredita que qualquer sanção irá ajudar a acabar com a controvérsia sobre o programa nuclear de Teerã.
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