Premiê interino do Líbano não integrará governo do Hezbollah

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O primeiro-ministro interino do Líbano, Saad al-Hariri, disse na segunda-feira que não participará de um governo liderado pelo Hezbollah e seus aliados. As consultas para a escolha do novo primeiro-ministro começaram na segunda e devem durar dois dias. O Hezbollah afirmou que buscará um "governo de parceria" caso obtenha o apoio parlamentar para o seu candidato. "O Movimento Futuro (de Hariri) rejeita participar de qualquer governo liderado por um candidato do 8 de Março", disse um comunicado do gabinete de Hariri. O bloco "8 de Março" inclui os movimentos xiitas Hezbollah e Amal, assim como o líder cristão Michel Aoun. Fontes políticas afirmaram que o Hezbollah e seus aliados concordaram em apoiar o político sunita Najib Mikati para ser primeiro-ministro, uma iniciativa vista como uma tentativa de fazer concessões para governar depois de se recusarem a apoiar Hariri no cargo. Mikati disse no domingo ser candidato ao cargo. Hariri afirmou que permanecia no páreo. O líder druso Walid Jumblatt, que já foi apoiador ferrenho de Hariri, disse que apoiará o Hezbollah, dando ao grupo xiita e a seus aliados, que têm 57 assentos no Parlamento, a provável maioria para endossar o político sunita que escolherem. "Não há um candidato de conciliação nas consultas de hoje. Há um candidato chamado Saad al-Hariri e outro para o 8 de Março e a escolha é clara", disse Hariri no comunicado. A coalizão "14 de Março", de Hariri, obteve a maioria na assembleia de 128 assentos numa eleição em 2009, mas depois disso que o bloco Jumblatt abandonou o grupo. O Hezbollah e seus aliados derrubaram o governo de união de Hariri este mês numa disputa sobre os indiciamentos ainda confidenciais feitos por um tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que investiga o assassinato, em 2005, do estadista Rafik al-Hariri, pai de Saad. Acredita-se que os indiciamentos acusem integrantes do Hezbollah. O grupo nega qualquer relação com o assassinato e diz que o tribunal serve aos interesses de EUA e Israel. (Reportagem de Mariam Karouny)

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