PUBLICIDADE

Presidente afegão diz que civis morreram em ataque aéreo da OTAN

Coalizão afirma que mortos eram insurgentes; segundo Karzai, OTAN atacou caravana de político

Por AP
Atualização:

CABUL- A OTAN anunciou nesta quinta-feira, 1, que matou 12 insurgentes em um ataque aéreo no norte do Afeganistão, mas o presidente Hamid Karzai disse que as vítimas eram militantes políticos que trabalhavam na campanha para as eleições legislativas deste mês.

 

 

Segundo a aliança militar, seu ataque contra um veículo no distrito de Rustaq, na província de Takhar - região habitualmente tranquila - matou ou feriu até 12 insurgentes, entre eles um comandante do Taleban e um líder de um grupo insurgente aliado, o Movimento Islâmico do Usbequistão, que já realizou ataques em Cabul e outras localidades.

 

No entanto, Karzai, que insiste que as baixas civis são contraproducentes na luta contra a insurgência, disse que o ataque havia matado dez militantes políticos.

 

"A razão do ataque aéreo ainda deve ser investigada de maneira total", disse o presidente em uma coletiva de imprensa na capital com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates.

 

Gates disse que não havia se inteirado de que civis haviam morrido, mas afirmou que o ataque havia acertado o alvo e prometeu uma investigação. "Estou em condições de confirmar que um muito alto dirigente do Movimento Islâmico do Usbequistão era o alvo e morreu", declarou.

 

Mais cedo, o governador de Takhar, Abdul Jabar Taqua, disse que vários helicópteros haviam atacado o automóvel no qual viajava o candidato Abdul Wajid Jorasani, após aviões caça terem o sobrevoado. Segundo Taqua, a ação foi um erro claro, já que na caravana não havia insurgentes usbeques, estrangeiros, nem membros do Movimento.

Publicidade

 

"Nem sequer há talebans nesta área", disse Taqua. "Todos eles trabalhavam na campanha do senhor Jorasani''.

 

Jorasani, entrevistado por telefone em um hospital de Cabul, disse que os seis veículos de seu comboio tinham janelas cobertas com cartazes de campanha e que todos os que estavam no carro eram seus familiares, entre eles um homem chamado Amanulá, que era aliado de um líder usbeque local e tinha acabado de voltar do Paquistão.

 

Amanulá foi um dos dez mortos, afirmou o candidato, que disse que houve sete feridos.

 

Jorasani disse que sofreu ferimentos leves e que um rival político pode haver dado informação falsa aos americanos para desatar o ataque.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.