Presidente do Irã chega a Bagdá para fortalecer relações com Iraque

Hasan Rohani ficará três dias no país vizinho e deverá se encontrar com presidente, premiê e aitolá do Iraque

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Por EFE
Atualização:

O presidente do Irã, Hasan Rohani, chegou nesta segunda-feira a Bagdá em sua primeira visita ao país vizinho com o objetivo de fortalecer a relação política com o Iraque mesmo com as pressões dos Estados Unidos para que os países se distanciem.

Após saída dos Estados Unidos, Hassan Rohani discutirá tratado nuclear com presidente suíço e chanceler austríaco no começo de julho Foto: Iranian Presidency Office / AP

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O líder iraniano se reunirá durante três dias com o primeiro-ministro do Iraque Adel Abdel-Mahdi, no cargo desde outubro do ano passado, com o presidente, Barham Salih, e com a autoridade religiosa máxima do país, o aiatolá Ali al Sistani.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, que chegou a Bagdá dois dias antes de Rohani, afirmou que a visita do presidente é "histórica e uma boa oportunidade para alcançar memorandos sérios de entendimento."

De acordo com a agência iraniana Fars, Rohani desembarcou em Bagdá e foi imediatamente para a cidade de Al Kadhimiya, localizada ao norte da capital iraquiana, para visitar os túmulos dos imãs xiitas Musa bin Yafar e Mohamed al Yawad.

Ainda segundo informações da agência, espera-se que a reunião oficial de Rohani com o presidente iraquiano seja realizada no Al Salam Palace, em Bagdá, embora ainda não tenham sido confirmados a data e o horário certo do encontro.

Espera-se que ambos os países assinem vários memorandos de entendimentos nos setores de petróleo, gás e de energia elétrica, e que levem a cabo projetos ferroviários e de facilitação dos processos de emissão de vistos. Teerã e Bagdá buscam aumentar seu volume anual de comércio até US$ 20 milhões nos próximos dois anos, segundo os dirigentes dos dois países.

O presidente iraquiano disse no último domingo a um grupo de jornalistas iranianos em Bagdá que "ter boas relações com o Irã é do interesse do Iraque". "Não faremos parte do regime unilateral de sanções dos Estados Unidos contra o Irã", disse Salih, que viajou ao Irã em novembro do ano passado.

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Os Estados Unidos se esforçaram para manter os dois países do Oriente Médio distantes. Washington enviou suas tropas no âmbito da coalizão internacional para lutar contra os terroristas do grupo do Estado Islâmico em território iraquiano.

De acordo com o presidente dos EUA, Donald Trump, Washington tem uma base militar naquele país para monitorar "um pouco” o Irã. As declarações irritaram líderes iraquianos, que negaram a existência dessas bases e que seu país era independente nas tomadas de decisões.

As relações entre Iraque e Irã, que se enfrentaram em uma guerra entre 1980 e 1988, melhoraram gradualmente desde a chegada ao poder em Bagdá de primeiros-ministros xiitas após a queda do ditador sunita Saddam Hussein em 2003.

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