Protestos políticos de sexta-feira deixaram 44 mortos na Síria, diz ONG

Agência oficial do país registrou apenas 17 mortes

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Cairo, 21 mai (EFE).- A Organização Nacional de Direitos Humanos informou que 44 pessoas morreram nesta sexta-feira na Síria pela "violência sistemática" e o uso de munição real para reprimir os protestos políticos.

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Veja também:blog GUSTAVO CHACRA: Levantes não seguem linha sectáriaespecialInfográfico:  A revolta que abalou o Oriente Médiomais imagens Galeria de fotos: Veja imagens dos protestos na regiãoA ONG é dirigida por Ammar Qurabi, que passou a viver no Cairo há algumas semanas e é um dos poucos ativistas de direitos humanos que não foi preso pelas forças de segurança do regime de Bashar al Assad.Os protestos na Síria começaram em meados de março e costumam se intensificar todas as sextas-feiras.

Um comunicado da organização fornece os nomes das 44 vítimas fatais na repressão policial de ontem. Destas, 26 morreram na província de Edlib (norte) e 13 em Homs (centro), enquanto os demais pereceram em outros locais do norte, centro e sul do país.Em sua nota, a ONG condena energicamente a violência exercida "contra civis desarmados de uma maneira sem precedentes até nos mais duros regimes ditatoriais e totalitários".A organização também condena "as detenções arbitrárias em todas as cidades sírias depois de o presidente da República ter decretado o fim da lei de emergência no país".Segundo o grupo, 12 dirigentes e membros de uma organização política curda foram detidos nesta sexta-feira no nordeste do país e têm agora paradeiro desconhecido.A ONG lembra as reivindicações que vêm fazendo os grupos de direitos humanos desde o início dos protestos políticos, que incluem, entre outras, a investigação destes assassinatos e a libertação dos presos políticos.A agência oficial síria, por sua vez, informou neste sábado que 17 pessoas, entre elas civis e membros das forças de segurança, morreram ontem em consequência dos disparos de "grupos armados" em Edlib e Homs.A informação oficial, que cita fontes militares e do Ministério do Interior não identificadas, diz que "grupos de sabotadores" queimaram edifícios públicos e destruíram propriedades privadas.Outra nota divulgada neste sábado pela mesma agência informou da detenção de uma "célula terrorista" na localidade de Al Dumar, 40 quilômetros ao nordeste de Damasco, na quinta-feira, com a qual foi apreendida uma "grande quantidade de armas, munição e explosivos".Segundo cálculos de ativistas de direitos humanos, desde que começaram os protestos políticos na Síria morreram cerca de 1 mil pessoas - em sua maioria civis - e milhares de outras foram detidas.

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