PUBLICIDADE

Rebelde sírio se filma baleando dez prisioneiros

Atualização:

Um novo vídeo divulgado pela Internet parece ter sido gravado por um rebelde sírio que direciona a câmera junto com o cano da sua arma, enquanto alveja dez prisioneiros desarmados. As imagens, divulgadas na quinta-feira no YouTube, mostram dez homens de camisetas e calças camufladas, deitados de bruços, ao lado de um prédio e de uma torre de observação. Mesmo antes dos disparos, dois dos homens já não se mexem, e um deles sangra pelo tronco. "Juro por Deus que somos pacíficos", fala um homem para a câmera, que é operada pelo atirador. Encolhendo-se, o homem se ergue para implorar por sua vida aos rebeldes. Quando se aproxima de um rebelde fora de quadro, um tiro é ouvido, e ele volta segurando seu braço ensanguentado. O cinegrafista então aponta a câmera junto com o cano do seu rifle Kalashnikov, e atira em outros homens. "Deus é grande. Jabhat al Nusra", diz ele, referindo-se à misteriosa Frente Al Nusra, unidade rebelde islâmica ligada à Al Qaeda, e que já assumiu a autoria de vários atentados suicidas a bomba no país. O atirador então sobe na caçamba de uma picape, e a câmera se desloca para mostrar o homem que havia sido baleado no braço, ainda se mexendo. Mais tiros são disparados, e seu corpo tem espasmos. A Reuters não conseguiu verificar imediatamente a autenticidade da gravação. Comentários que acompanham o vídeo dizem que ele foi filmado na localidade de Ras al Ain, na fronteira com a Turquia, onde violentas batalhas têm ocorrido nas últimas semanas. Funcionários da entidade Human Rights Watch disseram estar investigando o vídeo, mas que também não podem confirmar sua autenticidade. "É certamente um vídeo muito perturbador, e é importante estabelecer o que aconteceu", disse Peter Bouckaert, diretor de emergências da entidade, com sede em Nova York. A rebelião síria começou com protestos pacíficos por democracia, que foram duramente reprimidos por tropas do governo. O movimento então descambou para uma guerra civil, em que combatentes islâmicos estrangeiros se juntaram a civis armados e a militares desertores para combater o regime do presidente Bashar al Assad. Estima-se que cerca de 40 mil pessoas tenham sido mortas em 20 meses de conflito. Potências mundiais que apoiam os rebeldes relutam em lhes entregar armas por causa da crescente presença de radicais islâmicos nas forças da oposição. Grupos de direitos humanos acusam os rebeldes e as forças do governo de cometerem crimes de guerra, inclusive torturas e execuções sumárias. (Reportagem de Oliver Holmes)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.